Rosa Teresa Amante, explicou lindamente, como tão bem sabe fazê-lo, o que pode um visitante, um Arista, usufruir nesta linda vila portuguesa – Penacova, a Bela.
Aproveito para me referir, desta feita, à Confraria da Lampreia de Penacova, aliás também já referida no seu texto, que este ano não cumpriu, como é seu apanágio, mais um capítulo da sua existência.
Como tal, Penacova muito ficou a perder … era tão agradável ver aquele e outros grupos de capas ondulantes, trajando a preceito, enfeitadas com tantos dos motivos etnográficos alusivos às suas terras e, no caso concreto, alusivos a Penacova.
“Há festa na vila!” – exclamava-se então – e por todo o lado se via gente trajada a rigor, defendendo a sua Confraria com garbo e alegria. Penacova chegou a receber cerca de quatro mil confrades, vindos de quase todo o país, tal não era o sucesso deste acontecimento impactante!
Além da bela lampreia cozinhada à moda de Penacova, com toda a alquimia e segredos que faziam dela a melhor de todo o país, apresentada em soberbos pratos de arroz, acompanhada de grelos salteados, havia toda uma dinâmica associada às actividades económicas que se movimentavam numa sinergia imparável, até para a oferta, ainda que temporária, de emprego a muitos dos que colaboravam, nesses dias, com os cozinheiros residentes dos restaurantes envolvidos – chegaram a ser, salvo erro, mais de dez. O impacto era fortíssimo…daí que a Câmara Municipal fosse a principal patrocinadora de tal acontecimento.
Depois…havia a Caminhada da Rota da Lampreia e a Serenata à Lampreia, desta feita no areal do Reconquinho ou na Pérgola Raúl Lino.
Como era bonita toda a festa! E o Roteiro que então se cumpria? Munidos do seu passaporte, lá iam do Penedo do Castro aos moinhos da Portela de Oliveira, passando pelo incontornável Mirante, pela Livraria do Mondego, pelos Moinhos da Serra da Atalhada, Aveleira, Gavinhos, não esquecendo a praia fluvial do Vimieiro.
O vector sustentabilidade também era uma das preocupações dos organizadores…o açude resultou na melhoria da produção da Lampreia…queremos, do fundo do coração, que não encerrem portas, à conta dos contratempos que, entretanto, surgiram.
Enfim, que mais dizer?
Por favor, não desistam.
Eu sei que não, até porque existe alguém na direção da Confraria que mantém uma atitude de amor incondicional a Penacova, tal como os confrades que dela fazem parte! Volta, Confraria! Voltem confrades que nos visitavam. Esperamos por vós. Sr. Juiz da Confraria, Dr. Luís Amante, lute pela não extinção da organização que tão bem dirige.
Não a deixe morrer
Que nos vejamos rapidamente livres da pandemia que nos assolou.
Fátima Amaral Fonseca (Penacova)