Ouvem-se gritos de “não é bem assim”
Aqui, na minha terra
Confrontam-se ideias com algum frenesim
Cá, neste lado da serra
Mas não se interioriza que o Interior está mesmo interiorizado
Amordaçado
Inferiorizado
Maltratado
Sujeito só ao lamento
… E que é preciso “guerra”
Tudo nos pareceria bem
Se não fosse o tema digno de algum desdém
Por quem nos lança fogo no trem
Por quem nos retira o sorriso
O nosso Interior profundo
Que gira quase moribundo
… E a sua Cultura
Espalhou-se sempre pelo Mundo
Até nos tempos de ditadura
Pura
“Cultura” é um conceito que engloba várias acepções especiais
Com infoque na da antropologia
Ou, mais genericamente, na formulação de Tylor, como:
Conhecimento
Crenças
Artes
Moral
Leis
Costumes
Mais erudita/mais popular
Sempre diferenciada entre “Cultura ou Entretenimento”
Que é, afinal, o que se discute no momento!
As migalhas “dadas” a toda a cultura
Nesta ditadura nova do pote como Orçamento
Pago pelo País inteiro, hoje, com muito sofrimento
Não pode ser esbanjada por quem suporta, aqui, esse tormento
De estar, ou ser, ou querer
Dar alguma visibilidade à vida de isolamento!
Discuta-se o fim, finalidade
Adapte-se o conceito à nossa realidade
Apoie-se, até, o direito à cultura da cidade
Mantenham- se o aprumo e a dignidade
Mas não se retirem ao Povo as alegrias, os sonhos, as mais valias
De poder beneficiar de uma Casa que é só sua
Não se desperdicem as sinergias
… E não se consumam, sobretudo, nesse fado, as energias!
Luís Pais Amante
A propósito de um tema que integra um conceito de Interior: mais sem nada; ou mais com alguma coisa!