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Vista aérea da histórica aldeia de Sortelha, do concelho do Sabugal

Aproveitando uma ida à Serra da Estrela, tive a oportunidade de visitar as belíssimas terras da beira interior, onde a paisagem é definida pelo relevo e pelo solo característico da região, constituído por blocos de granito e também por xisto, que por sua vez são utilizados na construção típica das casas. Foi aqui que há cerca de 20 anos, se criou a Denominação de Origem Beira Interior, resultado da aglutinação das regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel.

Nesta zona, os vinhos são influenciados pela montanha, rodeados pelas serras da Estrela, Marofa e Malcata e pela altitude com variações entre os 400 e os 700 metros. O clima da região é muito agreste, com temperaturas negativas no Inverno e Verões muito quentes e secos. Desta combinação de fatores resultam vinhos de grande exuberância aromática e frescura marcante. Em relação às castas, destacam-se nas brancas a Síria, Fonte Cal, Malvasia e Arinto e, nas Tintas, a Rufete, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

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Durante a viagem, fiz uma pequena paragem para visitar a pequena aldeia histórica de Sortelha. Depois dar a volta pelo castelo e muralhas, resolvi que era altura de almoçar, mas devido aos tempos que vivemos, a aldeia estava vazia e temi que nenhum negócio estivesse aberto, ou até mesmo que todos tivessem ido à falência como está a acontecer um pouco por todo o país. Felizmente, o restaurante D. Sancho I estava aberto e a funcionar lindamente. E que belo restaurante. A carta chamou-me logo à atenção, recheada de muitos pratos de caça a preços justos. Aquando da escolha do vinho, a minha decisão recaiu sobre um tinto que é produzido não muito longe dali, e que por sua vez custava 7,5€. Uma pechincha!

Quinta dos Termos Tinto 2017 – Touriga Nacional, Trincadeira, Tinta Roriz e Jaen.

Já conhecia esta casa por outros vinhos mas não estava à espera que o seu entrada de gama me soubesse tão bem. Mas que surpresa. Uma cor pouco carregada, já com ligeiros laivos atijolados, que denotam a idade do vinho. Entenda-se que este não é um vinho que durará décadas, mas que de momento encontra-se num ponto de evolução ótimo. Aromas de frutos silvestres, especiaria e algum alcaçuz. Na boca mostrou-se muito equilibrado, com bom volume, untuoso e com frescura “qb”. Acompanhou, e de que maneira, o ensopado de Javali servido durante o almoço.

Ricardo Ferreira é um jovem escanção natural de Penacova sendo atualmente responsável pela carta de vinhos do Rossio Gastrobar do Altis Avenida.

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