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O concelho de Penacova, que desde 4 de novembro é considerado de risco para o contágio de covid-19, foi já este fim de semana abrangido pelo recolher obrigatório após as 13H00

Quando o relógio da torre da Igreja marcou as 13H00, o Largo Alberto Leitão, onde se situam os Paços do Concelho de Penacova, estava deserto.

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Poucos minutos antes da hora do início do recolher obrigatório que vigorou no fim de semana, um grupo de cinco jovens abandonava o café.

“O que é que podemos fazer? Vamos para casa”, dizia, a contragosto, Pedro. “Isto não faz sentido nenhum. De segunda a sexta-feira saímos para a rua, trabalhamos, convivemos. Aos sábados e domingos, até às 13H00, parece que o vírus não contagia ninguém. Não pode haver dois pesos e duas medidas”.

A ouvir a conversa, Ricardo Almeida lamentava os “critérios cegos” que levaram o Governo a incluir Penacova no lote dos primeiros concelhos (121), a nível nacional, onde as medidas de combate à pandemia de covid-19 foram agravadas devido ao número de casos positivos.

Na vila, comércio e a restauração iniciaram no sábado o primeiro de dois fins de semana em que apenas podem abrir entre as 08H00 e as 13H00, no âmbito do estado de emergência. Ainda assim, o encerramento acabou por ser tranquilo.

Em declarações ao jornal, Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova, reconheceu que, perante o aumento do número de casos registados, o Governo teve que tomar “opções e decisões que nem sempre são fáceis” até porque – disse – “os riscos são difíceis de combater”.

Porém, não deixou de referir os efeitos económicos devastadores que tais medidas podem causar, sobretudo nas empresas de restauração. “Estes negócios são obrigados a fechar nos horários em que são mais rentáveis, ou seja, à hora dos almoços e jantares de fim de semana”, notou.

“Este setor tem que ter apoios para ser compensado. Uma das medidas seria passar o recolher obrigatório das 13H00 para as 15H00 durante os fins de semana. São apenas mais duas horas que podem fazer a diferença no setor da restauração”.

Uma medida que António Costa já veio rejeitar publicamente, dando conta que, de acordo com os inquéritos epidemiológicos: 68% das transmissões [do vírus] estão a correr neste momento em momentos de convívio familiar e social.

Patrícia Cruz Almeida – Diário As Beiras

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1 COMENTÁRIO

  1. Penso que este artigo é útil para que se perceba porque é que o recolher obrigatório é para começar às 13h e não mais tarde.
    Infelizmente o exemplo dado dos cinco jovens é recorrente, talvez fruto da falta de informação, ou do excesso de opiniões que faz com que as pessoas sigam as que lhes mais convém pessoalmente, em vez de pensarem na sociedade como um todo, onde o acesso à saúde se está a esgotar.

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