Não fosse uma placa toponímica que permanece numa das ruas de S. Pedro de Alva e o nome de David Ubaldo Leitão estaria completamente votado ao esquecimento. Também na Quinta da Ribeira, onde viveu e faleceu, permanecerão longínquas memórias do patriarca desta família penacovense que marcou o séc. XIX e parte do séc. XX.
David Ubaldo da Silva Leitão Cardoso de Oliveira nasceu em Paredes, freguesia de Oliveira do Cunhedo (hoje, Oliveira do Mondego) no dia 4 de Maio de 1803 e foi baptizado no dia 19 do mesmo mês.
Filho de António da Silva Leitão de Oliveira Coimbra Sampaio (Dr.) e de Luísa Amália dos Santos Ferreira Cardoso. Neto paterno de Joaquim José de Oliveira Coimbra (1734-1809), [natural de Friúmes, falecido em Paredes, Capitão Mor da Vila de Penacova (1790), Cavaleiro da Ordem de Cristo e Familiar do Santo Ofício] e de Maria Rosa de Santa Quitéria e Silva, natural de Cernache do Bonjardim. Neto materno de José Cardoso dos Santos e Teresa Maria, da Quinta da Ribeira.
David Ubaldo casou com Maria do Espírito Santo de Sousa e Almeida. Seus filhos: Conselheiro Alípio de Sousa Leitão; Dr. Alberto de Sousa Leitão; Eduarda Lusitana Biscaia de Sousa Leitão Cardoso de Oliveira; Basílio Ubaldo de Sousa Leitão, Dr. Nicolau de Sousa Leitão e Maria Columbina de Sousa Leitão Taborda (1837- 1941), casada com o Dr. António Manuel Ferreira Taborda Pignatelli.
Era sobrinho do Padre Pedro de Oliveira Coimbra, de cujo vínculo, que administrava, e instituído por testamento (1749) daquele, pediu registo em 1863.
Tal como o pai, David Ubaldo era formado em Leis. Ocupou diversos cargos na administração local. Além de Presidente da Câmara de Penacova, foi Administrador-Substituto do concelho. Em 1868 fazia parte do Conselho Municipal. Há notícia de que aquando da inauguração dos antigos Paços do Concelho, em Janeiro de 1869, edificado sobre as ruínas do Paço dos Duques de Cadaval, sendo Presidente da Câmara Constantino Almeida Amaral, David Ubaldo da Silva Leitão Cardoso e Oliveira ocupava o referido cargo. Sabemos também que em 1868 fazia parte do Conselho Municipal.
Durante a vigência do concelho de Farinha Podre (1836 a 1853), David Ubaldo foi também seu Administrador. Outros cargos terá porventura exercido neste extinto concelho mas dada a inexistência de documentação relativa àquela época não é possível afirmá-lo com segurança.
A atribuição do seu nome, em Janeiro de 1902, à rua que ligava (e ainda liga) o Largo José António de Almeida ao Paço Velho, na vila de S. Pedro de Alva, atesta a sua influência política no concelho de Farinha Podre, que era formado pelas freguesias de Covelo, Farinha Podre, Oliveira do Cunhedo, Paradela, S. Martinho da Cortiça, S. Paio, Travanca e Carapinha (perdida para o concelho de Tábua em 1837).
David Ubaldo da Silva Leitão Cardoso de Oliveira faleceu no dia 25 de Abril de 1879, na sua residência da Quinta da Ribeira. O assento de óbito está assinado por Joaquim Alves Mendes, coadjutor. Foi sepultado no cemitério público do Monte da Senhora da Guia.
David Gonçalves de Almeida
Ao mesmo tempo que agradeço a homenagem dedicada ao meu tetravô David Ubaldo da Silva Leitão Cardoso e Oliveira, de quem tanto me orgulho, venho pedir uma pequena correção: onde se lê “Neto materno de Joaquim José de Carvalho Pimentel, natural de Ega, Condeixa, e de Genoveva Amália de Morais e Sousa Pimentel, natural de Vale de Açores, Mortágua” deverá ler-se “Genro de …”. Na verdade, David Ubaldo era neto materno de José Cardoso Santos e de Teresa Maria Santos.
Melhores cumprimentos. Alexandre Leitão Barbosa Ribeiro
Muito obrigado. Pedimos desculpa pelo lapso. De facto consultando de novo o registo de baptismo, confirma-se: neto matermo de José Cardoso dos Santos e Teresa Maria, da Quinta da Ribeira. Os sogros de David Ubaldo, sim é que eram naturais de Ega e de Vale de Açores. Joaquim José Pimentel seria “Senhor da Casa da Ega”.
Meu tetravô! Pai da minha trisavó Maria Columbina. Que interessante, muito obrigada.