Publicidade

O conceito de check-up não é desconhecido da grande maioria de nós. Não são raras as vezes que somos levados a acreditar que devemos ir fazer determinados exames auxiliares em determinados intervalos de tempo para confirmar que está tudo bem com a nossa saúde. A ideia que o avanço tecnológico e evolução da medicina permitem diagnosticar e tratar qualquer doença atempadamente é tentadora e é certo que mudaram o prognóstico de muitas doenças, no entanto um exame de rastreio a tudo não só é utópico e irrealista como pode apresentar mais malefícios que benefícios.

Mas afinal o que é um check-up?

Recentemente o conceito de check-up ficou muito reduzido a um conjunto de exames auxiliares de diagnóstico, mais ou menos invasivos, mais ou menos abrangentes que permitiriam diagnosticar patologias precocemente antecipando o seu tratamento. No entanto, as consultas de rotina ou de atividades preventivas são muito mais abrangentes e englobam um conjunto de atos médicos enquadrados numa avaliação detalhada da história clínica e familiar, observação física e ponderados um conjunto de atitudes, tendo em conta o sexo, idade, história pessoal e familiar de cada doente, surgindo depois a necessidade ou não de exames. A avaliação clínica, sem qualquer exame complementar, pode diagnosticar diversas patologias ou levantar a suspeita de outras, permitindo uma investigação mais direcionada, aumentando a respetiva acuidade diagnóstica.

Isso quer dizer que não devo fazer exames de rotina?

Não. Sabemos que existem determinadas condições (doenças, medicamentos, fatores de risco específicos…) que necessitam de monitorização periódica de alguns parâmetros (análises ou exames de imagem). Sabemos ainda que existem “exames de rotina” enquadrados em rastreios de determinadas patologias (teste do pezinho, cancro colo rectal, cancro do colo do útero, cancro da mama, por exemplo) que pela sua prevalência na população e possibilidade de diagnóstico precoce em pessoas assintomáticas, estão recomendados realizar em determinados grupos etários.

Então, mas qual é o problema de fazer um exame de rotina “a tudo”?

Nenhum exame é isento de riscos e o mais simples e rotineiro exame complementar pode apresentar complicações graves. Adicionalmente um exame a tudo é praticamente impossível de realizar dado a enorme diversidade de patologias e exames específicos que podem ser realizados, para alem do diferente leque de preços de cada exame. Por último, um exame não dá respostas absolutas e definitivas e está sujeito a falsos positivos e falsos negativos. Se um levanta preocupações acrescidas e necessidade de investigação adicional mais invasiva, com eventuais complicações crescentes, o outro pode dar uma falsa sensação de tranquilidade, permitindo manter hábitos nocivos ou “escondendo” outras patologias.

Quais os exames que devo fazer então “rotineiramente”?

A resposta é mais complexa do que parece e deverá ser sempre ponderada pelo seu Médico de Família ou Médico assistente. Nenhum exame substitui a consulta médica e /ou enfermagem. No entanto, próxima rubrica sobre Check-ups irá salientar mais detalhadamente os exames de rastreio recomendados, atitudes e avaliações a fazer em cada idade. Fique atento à próxima rubrica!

Médicos UCSP Penacova

Publicidade

Artigo anteriorCovid-19: Desconfinamento avança hoje com reabertura de mais escolas, restaurantes e lojas
Próximo artigoLorvão recebe o arranque da Taça de Portugal de Enduro BTT no fim de semana de 8 e 9 de maio

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui