
Daniel da Silva nasceu em Penacova no dia 12 de Abril de 1874. Filho de António da Silva, barbeiro, natural da freguesia de Figueira de Lorvão, e de Emília de Nossa Senhora, natural da Riba de Baixo, freguesia de Penacova.
Baptizado a 30 de Abril daquele ano pelo Padre Francisco de Paula Queiroz teve como padrinhos os futuros sogros, Daniel Pessoa Guedes, que foi Escrivão da Câmara Municipal, e sua mulher Elvira Adelaide Pinto Guedes.
Casou em 1896 com Maria Beatriz Pinto Guedes. Foram testemunhas do acto João Maria da Rocha Calisto, Juiz de Direito, da Anadia, e Basílio Augusto Xavier de Andrade, natural de Penacova e, à data, residente em Coimbra.
Daniel da Silva estudou Direito em Coimbra. O seu nome consta, enquanto aluno do 4º ano, no Boletim da Universidade referente ao ano lectivo 1893/94.
Com 27 anos, em 1901, foi eleito para a Vereação da Câmara, pelo Partido Progressista assumindo a Presidência da mesma. Refere a imprensa local: “De entre os cavalheiros eleitos para Penacova, destaca-se pela posição social, inteligência e ilustração, o nosso amigo Dr. Daniel Silva. Está, pois, naturalmente indicado para assumir a presidência da Câmara.”
Em 1902, nessa qualidade, propôs a atribuição da maioria dos nomes que ainda hoje enformam a toponímia penacovense às principais ruas de Penacova e S. Pedro de Alva. É também conhecida a criação, por sua iniciativa, de uma biblioteca pública, podendo ser considerado o pioneiro da actual Biblioteca Municipal.
Até à Implantação da República manteve-se ligado ao grupo de monárquicos de Penacova, participando inclusivamente numa manifestação que percorreu, a 29 de Agosto de 1910, as ruas da vila festejando a vitória em todas as mesas eleitorais do concelho para as eleições legislativas que haviam tido lugar na véspera.
Curiosamente, de todo aquele grupo, Daniel Silva é o único que adere de imediato à República, subscrevendo o Auto de Aclamação. Logo no 1º de Dezembro de 1910 profere um discurso de exaltação republicana na cerimónia de Inauguração do Centro Democrático António José de Almeida, na Avenida 5 de Outubro.
Exerceu funções de Conservador na Comarca de Penacova e, em 1913, é referido no Almanaque Republicano como sendo um dos três advogados de Penacova, além de José Albino Ferreira e Alfredo Gil.
Em 1926 volta a exercer funções autárquicas sucedendo a José Barbosa dos Santos Leite no cargo de Administrador Concelhio. Ocupa esse lugar entre Dezembro desse ano e Maio de 1927. Passados dois meses, as Câmaras Municipais foram dissolvidas e substituídas por Comissões Administrativas. Presidirá, inicialmente, a essa Comissão o Dr. José Albino Ferreira, mas Daniel da Silva acabará por ser presidir à mesma.
Em 1932 reassume as funções de Juiz do Julgado Municipal de Penacova.
No início da década de trinta, Daniel da Silva sucedeu a Luís Duarte Sereno como Provedor da Misericórdia. É nesse papel que discursa na Inauguração do Hospital daquela Instituição, em 29 de Julho de 1934, e também na tomada de posse da Comissão Concelhia da União Nacional.
Faleceu em Penacova no dia 25 de Maio de 1937.
David Gonçalves de Almeida