Adelino da Fonseca Hortelão nasceu em Lorvão no dia 22 de Janeiro de 1901, filho de António da Fonseca Hortelão Novo e de Maria Rosa de Jesus, paliteira, e neto paterno de Eduardo da Fonseca Hortelão e Rosa Marques e materno de Bernardo Simões Escolástica e Gertrudes de Jesus. Foi baptizado na igreja paroquial local, no dia 6 de Fevereiro do dito ano, pelo vigário Manuel dos Santos Petronilho, tendo como padrinhos o casal Adelino Mateus e Maria Esperança.
À data do baptizado, o pai encontrava-se, havia cerca de meio ano, emigrado no Brasil.
Adelino Hortelão emigrou ainda muito jovem para aquele país onde se tornou prestigiado comerciante no Rio de Janeiro, ligado à empresa “Casa Prista & Cia”. O apelido Prista resultará dessa relação comercial.
Casou naquela cidade em 14 de Junho de 1930 com Aurora Pinheiro Gomes.
Quando no Natal de 1952 o jornal Notícias de Penacova iniciou a secção “Freguesia de Lorvão”, Carlos Pimenta, um dos redactores, saudava diversos lorvanenses radicados no Brasil e pedia apoio para o jornal. Entre eles, encontramos Adelino Prista da Fonseca Hortelão, morador no Rio de Janeiro, no número 12 da Rua do Mercado.
Notabilizou-se como grande benemérito de Lorvão. Aquando da inauguração do Bairro Novo, em 1952, o referido jornal de Penacova enalteceu este ”comerciante e capitalista” lorvanense, publicando uma fotografia, acompanhado da esposa, com a seguinte legenda: “Adelino Prista da Fonseca Hortelão e sua Esposa, benemérito casal a quem Lorvão muito deve, não só pelas dádivas com que contribuiu para as obras de reconstrução da Igreja Velha, mas também pelas quantias com que beneficiou as colectividades locais e muito especialmente a Filarmónica Boa Vontade Lorvanense”.
A inclusão da expressão na designação oficial ocorreu em 1999 aquando da revisão estatutária. Há quem atribua a estes beneméritos essa designação e, na realidade, a mesma já era usada em 1952, de acordo com referências na imprensa local. Foi a vontade dos executantes e o entusiasmo das gentes, que em “Boa Vontade” foram ajudando, como podiam, a erguer esta colectividade.
E noutro passo do Notícias de Penacova podemos ler: “Temos tido grandes benfeitores entre os quais avulta o Sr. Adelino Prista e sua Ex.ma Esposa, D. Aurora, que a pedido do Sr. Edmar nos entregou, para as referidas obras, por intermédio de sua mãe, a quantia de 8 mil escudos (…) Vivem no Brasil, mas não se esquecem da sua terra.”
Vinha com alguma frequência a Lorvão, onde vivia a sua mãe e era recebido solenemente pela Filarmónica. Acompanhado da esposa, de quem não teve filhos, era hábito distribuir guloseimas às crianças e apoiar financeiramente muitas das iniciativas locais.
Desconhecemos a data em que foi atribuído o nome de Adelino Hortelão a uma das ruas principais de Lorvão, mas sabemos que em 1952, aquando da inauguração do Bairro Novo, aquela artéria já detinha essa denominação.
Veio a última vez a Portugal pouco depois do 25 de Abril de 1974. Faleceu no Brasil, presumivelmente, nos inícios da década de oitenta.