David Gonçalves de Almeida
“S. Paio de Mondego, uma aldeia de tradições” resultou de um trabalho colectivo elaborado no contexto do Curso de Actualização / Informática, realizado nesta freguesia no ano lectivo 1997/1998 e promovido pela Coordenação Concelhia da Extensão Educativa, sendo coordenadora a Prof.ª Maria Dulcínea Dias.
Esta obra, publicada em 1999, não sendo uma edição do Município de Penacova, teve o apoio da Câmara Municipal e da Associação Ad Elo, através dos Fundos Comunitários Leader II.
José Vieira Lourenço, Coordenador da Área Educativa de Coimbra, salienta na “Nota Prévia” que esta “é uma publicação que se lê com prazer” porque “vemos que foi feita com muito empenho, muita dedicação, muito carinho e o desejo de preservar tanta coisa boa e bonita de S. Paio de Mondego”. Recorda também que “quem não tem memória, não tem história” pois, “só temos História guardando a (nossa) Memória.”
Por sua vez, António Simões, Professor, Delegado Escolar e Vereador da Educação, afirma, no Prefácio, que “este livro perpetuará a história da freguesia de S. Paio de Mondego” e que “os nossos descendentes, certamente, irão agradecer o esforço de quem para ele contribuiu.”
O livro, com 70 páginas, apresenta a seguinte estrutura:
– Prefácio
– Introdução
– Breve história de S. Paio
– Vestígios do passado, lembranças do presente
– Festas e romarias
– Rancho
– Lendas
– Crendices
– Gastronomia
– Conclusão
– Bibliografia
Depois de na Idade Média se chamar S. Paio de Sovereda, foi, durante muitos anos, designado por S. Paio de Farinha Podre, até que em 28 de Setembro de 1985 (Lei 74/85) foi oficializado o desejo da população no sentido de passar a chamar-se S. Paio de Mondego.
A Igreja Matriz, que foi incendiada aquando das Invasões Francesas, vem dos tempos do reinado de D. João V (1749) sendo Bispo de Coimbra D. Miguel de Anunciação.
O capítulo “Vestígios do Passado…Lembranças do Presente” começa por fazer um paralelo entre alguns pormenores interessantes de épocas mais ou menos distantes e algumas realidades mais próximas do presente. Aborda a história da Igreja Matriz, das Escolas e do Jardim de Infância, do Chafariz, da Fonte do Ribeiro, do Edifício da Junta de Freguesia e da Associação Cultural e Desportiva.
A primeira Escola foi criada em 1889, passando a Escola Mista em 1892. Em 1960 foi construída a nova escola, hoje desactivada, como sucede com milhares de escolas dos meios rurais, tendo mais tarde surgido o Jardim de Infância.
No capítulo das Festas e Romarias dá-se especial destaque à Festa das Ermidas, não esquecendo a Festa do Senhor de S. Paio. A história do culto a este Santo (S. Pelágio) é também, aqui, explicada, bem como A Lenda de Nossa Senhora das Neves.
No plano das crendices ficamos a saber como se tirava o “Quebranto”, como se tirava o “Sol” (dor de cabeça) e a saber recitar o “Responso das Coisas Perdidas”.
Estes são apenas alguns dos muitos temas que esta publicação aborda. Falta dizer que, no domínio da gastronomia, ficam registadas as receitas do “Lombo de Conserva”, da “Chanfana”, do “Bolo com Cebola”, das “Filhós”, das “Rabanadas”, do “Pão de Ló”, do “Arroz Doce” e do “Folar”.
Antes de concluir, refira-se então a equipa que deu corpo a esta interessante publicação. Formadores: Maria Arminda C. D. Ramos e Vítor Manuel de Sousa Cordeiro. Formandos: António Catela, Arnaldo Duarte, Carlos Duarte, Ilda Pais, Isabel Fonseca, José F. Baltazar, José Duarte, Maria da Purificação Ramos, Maria de Lurdes Tavares, Maria Hermínia Coelho, Pureza Duarte e Pureza Cordeiro.
Não sendo propriamente, como se disse no início, uma “Obra da Casa” (isto é, um livro editado pela Câmara) diríamos que se trata de uma obra mais “caseira”, na medida em que não foi registada no Depósito Legal nem catalogada pela Biblioteca Nacional. O que não lhe retira o mérito, saliente-se.
