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David Gonçalves de Almeida

Esta pequena brochura, publicada pelo Município de Penacova em 2007, em parceria com a Reviver Editora e a Associação de Desenvolvimento Integrado de Penacova “Pensar”, tem por base a conferência que foi proferida por Maria Alegria Fernandes Marques, em Lorvão , a 16 de Outubro de 2005, inserida nas Comemorações do Oitavo Centenário da entrada das monjas no mosteiro.

No Prefácio, Maurício Marques, presidente da Câmara, justifica a pertinência desta publicação, dizendo: “a nossa satisfação foi tão grande com a prelecção desta ilustre Professora que logo ali assumimos o compromisso de editar o texto. Estamos orgulhosos em poder agora concretizar este objectivo e assim contribuir para a divulgação de tão brilhante intervenção, assim como, mais uma vez, promover esta nossa relíquia artística maior – o Conjunto Monástico de Lorvão”

Recorda a Professora Doutora Maria Alegria Marques que “depois de grande celeuma e discórdia”, os monges, faziam renúncia do seu do seu mosteiro secular que tinha sido “mandado ocupar por religiosas de S. Bento, pelo Bispo de Coimbra” e entregue à rainha D. Teresa, filha de D. Sancho I.

O mosteiro, havia sido habitado durante séculos por monges que seguiam a Regra de S. Bento. Mosteiro que era protegido de reis e das famílias da mais alta nobreza do antigo reino da Galiza, não tendo, pois, processo fácil essa renúncia . “Entrada, assim, na posse do mosteiro, D. Teresa teve que sustentar uma grave contenda com os monges desalojados” – refere Maria Alegria Marques. Posteriormente, “talvez mesmo depois de 1211, depois de terminada a contenda que opôs os monges que o ocupavam, à rainha D. Teresa, a filha mais velha do segundo rei de Portugal (…) resulta possível a passagem de todas as filhas de D. Sancho I pelo mosteiro de Lorvão, depois do ano de 1205, quando este mosteiro se tornou feminino”. Resulta também “clara a estreita ligação de três das infantas -Teresa, Sancha e Branca – a esse mosteiro. A primeira foi a grande impulsionadora dessa casa como mosteiro feminino e cisterciense. As outras duas ter-se-lhe-ão ligado por arrastamento, pelos laços afectivos que as uniam e que os  problemas pela herança paterna haviam de fortalecer.” Saliente-se que “ambas, Teresa e Sancha tiveram casa própria com funcionários e servidores, o que não significa que não possam ter tomado hábito, por pura devoção, sem qualquer sujeição a votos ou regra, talvez apenas em sinal de uma certa austeridade de vida, perfeitamente voluntária…”. Crê-se, pois, que nenhuma delas terá sido monja.

“O desejo de vê-las beatificadas veio a tornar-se realidade em 1705, através da bula do papa Clemente XI (23 de Dezembro). Na honra que esse desfecho trazia ao mosteiro de Lorvão coroava-se o culminar do passado de ligação íntima das infantas e esse mosteiro e ao seu lugar”, sublinha Maria Alegria Marques, acrescentando que : “Pela vontade de uma mulher, o mosteiro transformou-se; pela sua acção e de suas irmãs, engrandeceu-se. O mosteiro acolheu as infantas, em sua vida. Recebeu Sancha e Teresa no sono eterno. Elevou-se a casa de Santas. Por elas se honrou o secular mosteiro, projectando também a terra que lhe é sítio, o antiquíssimo lugar de Lorvão”

NOTA SOBRE A AUTORA

MARIA ALEGRIA FERNANDES MARQUES nasceu a 10 de Setembro de 1950. É licenciada em
História (1974) e doutorada em História da Idade Média (1990), pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi professora catedrática e membro do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Integrou a equipa responsável pelo Projecto do Museu Cisterciense de Alcobaça. A sua vasta obra tem-se centrado na história medieval, em especial na história das instituições de governo local na Idade Média (concelhos e senhorios) e das instituições religiosas, com especial incidência nos mosteiros
cistercienses, bem como na história da educação.


FICHA BIBLIOGRÁFICA / BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

TÍTULO: RAINHAS E SANTAS : AS FILHAS DE D. SANCHO I E O MOSTERIO DE LORVÃO
AUTOR(ES): Marques, Maria Alegria Fernandes, 1950-; Miranda, Rui, 1957-, fotogr.; Silva, José António, fotogr.
PUBLICAÇÃO: Paredes : Reviver, D.L. 2007
DESCR.FÍSICA: 31, [1] p., [4] f. desdobr. : il. ; 23 cm
ISBN: 978-989-8021-03-8
DEP. LEGAL: PT — 254078/07
CDU: 94(469)”12″(042)
272-789.2(469.322)”12″(042)
726.71(469.322)”12″(042)
929.7-055.2A/Z(469.322)”12″(042)

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