David Gonçalves de Almeida
“Quem não conhece Penacova encontrará neste livro um belo guia para partir à descoberta
deste pedaço de chão” – escreve Álvaro Coimbra no prefácio da obra de Luís Pais Amante,
Penacova (In)temporal.
Tendo o processo de publicação sido iniciado no executivo de Humberto Oliveira, só no dia 25 de Abril deste ano teve lugar o lançamento deste livro de poemas do referido autor que contou com a colaboração de David Almeida e de Óscar Trindade. Esta obra integra sessenta e sete poemas, é ilustrada com fotografias de Óscar Trindade (que juntamente com Ricardo Trindade fez o arranjo gráfico) e é complementada com textos de enquadramento histórico e social da responsabilidade de David Almeida.
O livro está dividido em três partes. A primeira trata essencialmente de lugares icónicos da vila e do concelho, sendo o segundo capítulo mais voltado para as instituições, as pessoas e as tradições penacovenses. Por último, alguns poemas de carácter mais pessoal, mas registando sempre a relação umbilical à terra natal do autor, às suas pessoas e aos seus lugares, à sua Penacova inserida no tempo, mas que, ultrapassando os limites temporais, se projecta num tempo “sem tempo”, no domínio do rememorar e do sentir. Na “Nota do Autor”, Luís Amante, que dedica o livro aos seus irmãos Evaristo, Valdemar e Rosa Teresa, refere que recolheu/recuperou os poemas já feitos e começou a construir a ideia de um livro sobre Penacova (lugares, personagens, instituições, eventos, constrangimentos) a que juntou, também, a poesia mais íntima e personalizada e conectada com a vila.
A sessão de lançamento, que decorreu no Auditório do Centro Cultural, foi presidida por Álvaro Coimbra, Presidente da Câmara, que na mensagem por si assinada salienta que Luís Amante “transforma em poesia sentimentos, memórias, laços que o ligam intrinsecamente a esta terra”.
Ao longo dos tempos, Penacova tem inspirado múltiplos artistas, mas – reconhece Álvaro
Coimbra – “faltava-nos algo na escrita em verso, mais actual, mais autêntico, mais próximo das nossas raízes, uma escrita com mais emoção, que tocasse quem realmente ama a sua terra!
Na minha modéstia opinião, o Luís Pais Amante veio ocupar esse espaço e, a cada livro que
lança, reforça essa ligação a Penacova e às suas gentes.”
Afirma ainda que na poesia de Luís Pais Amante revê a sua infância, as pessoas e o sítio onde nasceu, “o chamado fundo da vila: o Cruzeiro, a Quelha, o Mirante,o Chafariz do Porco, tão bem retratados através dos seus versos.”
O Prefácio é de José Fernando Tavares, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e
mestre em Literatura Comparada. A dado momento salienta que Penacova (In)temporal é,
como o nome sugere, consagrado “à intemporalidade da terra onde se encontram as raízes motivadoras do seu fazer poético.” Um livro “no qual se celebra, através da palavra
emocionada do seu autor, a intemporalidade de um recanto viçoso da Beira Litoral que dá pelo nome de Penacova. É esta Penacova Intemporal que aqui é celebrada por uma personalidade que nela viu a luz do dia, a luz anunciadora de um futuro auspicioso.”
José Fernando Tavares situa esta obra “na esteira” do movimento poético de feição saudosista em torno de um tempo e de um lugar” revelador de uma marcada intemporalidade, onde “o sentimento humano acusa a sua cumplicidade com o meio envolvente”. Afirma também que “seria inevitável que o sujeito poético não tivesse ficado indiferente à memória referente aos aspectos marcadamente humanos e às práticas culturais que deles fazem parte.” Refere ainda que “os poemas que enformam este livro irrompem com um ímpeto de espontaneidade que anuncia a sua autenticidade” e nos confronta com “um jorro verbal” que é resultado desse “feixe de emoções”, seu “maior elemento motivador.”
NOTAS SOBRE O AUTOR
Luís Pais Amante nasceu na Vila de Penacova a 15 de Janeiro de 1954 e reside em Lisboa
desde 1973. É licenciado em Direito pela Faculdade Clássica de Lisboa; Pós-graduado,
Advogado e Gestor: também é diplomado pelo MCE (Management Center Europe) em Bruges, entre outros. No ano 2000 mereceu referência destacada no “International Who’s Who of Professionals”. Em 2012, sua mulher Ana, publica, em edição de autor, Poemas a Recordar. Os livros editados para o mercado foram Conexões (2016), Reflexos (2017) e Poesia [das Circunstâncias] do Tempo (2018). Além de Penacova (In)temporal, lançado em Abril deste ano, publicou mais recentemente Poesia e Pensamento em Tempo de…Inquietude, que foi apresentado na Feira do Livro de Lisboa.
Em 2019 participou no Livro Conversos de Poesia, editado pela Associação Recreativa e
Cultural de Santa Cruz da Trapa, no âmbito do projecto Vila Poesia. Tem participado em
actividades e Tertúlias de Poesia como a da Pérgola Raúl Lino, em Penacova, ou o Encontro
de Autores Regionais “Vale a Pena” em Tarouca. É Presidente do Grupo Place há 28 anos e,
tendo sido (já) Presidente de todos os Orgãos Sociais é agora, o Juiz da Confraria da Lampreia de Penacova.
ÍNDICE DOS POEMAS
Muitos parabéns ao meu Amigo Dr.Luis e aos seus Amigos que colaboraram para a edição deste Livro.
Lembro-me que quando fui a Penacova pela primeira vez, fascinei-me pelo barco a entrada da Vila, muito lindo. A praia Fluvial outro encanto. Numa corrida de Trail, passamos pela Mosteiro de Lorvão um encanto. Bem hajam os autores por essa obra.
Penacova.
Paisaigem e gentes feitas Poema.
O rio Mondego, o Penedo de Castro, a Livraria do Mondego, a Pérgola, o Reconquinho, a Fonte do Porco, o Café Beirão, o Café Turismo, o Restaurante e a Taberna do Armindo e da Lisete.
O amanhecer com o rio escondido pelo nevoeiro matinal.
Os passeios, a ponte de madeira que ligava as duas margens e que mudava de forma e técnica de construção de um ano para o seguinte.
A pesca com os Amigos, a amizade forte e inocente como deveriam ser todas as amizades.
Em cada regresso, em cada visita sinto aquele aperto no peito e surge aquela lágrima na face quando relembro os três meses de férias escolares que aí passava nos anos 70 na casa de familia recuperada.
Penacova, terra da Avó Alice Pimentel Esteves, mãe do meu Pai Humberto.
Preservem, conservem, melhorem e promovam esse magnífico concelho habitado por gente que sabe receber.
Luis Esteves
Tudo o que é texto ou poesia sobre os laços que nos ligam aos sítios onde nascemos, crescemos e aprendemos as primeiras letras me fascinam. Por isso, não posso deixar de expressar a minha muita admiração pelo que o meu caro amigo desde há um bom par de anos, vem publicando sobre a sua amada terra, Penacova.
Parabéns e um abraço.
Muitos parabéns pela sua conquista.
O doutor Luís é sem duvida uma personalidade marcante que se destaca na nossa lindíssima Penacova.
Caros Penacovenses e Amigos
Este belo Livro Penacova [In]temporal, quando chega à minha mão causa-me sempre uma sensação de saudade, de nostalgia, que não consigo explicar.
Não sei bem se é pela natural beleza da nossa terra, se pela conjugação dela com a do olhar satisfeito dos meus amigos de uma vida que compareceram no seu Lançamento, massivamente.
Hoje quero dizer-vos (sem falsas modéstias) que ele, como se apresenta, seria impossível sem a dedicação do Professor David G. de Almeida e do meu vizinho Óscar Pereira Trindade, que com abnegação, aceitaram o desafio de criar uma obra intemporal.
Obra essa que os tempos e a história imortalizarão!
Obra essa muito acima das politiquices que sempre fervilham no nosso panorama…por estar embuída do espírito do fazer, por missão, bem distante daquele outro de criticar, por criticar, sem nada fazer de palpável.
É, pois, para eles que vai, hoje, o meu eterno obrigado!
Penacova se rejubila com seu filho, Luís Amante, cujos pensamentos e poemas fluem de maneira tão natural e expontânea como as águas do Mondego enobrecendo às memórias com inteligência e sensibilidade.