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Luís Pais Amante

Ainda há Militares da Revolução dos Cravos vivos?
Perguntou-me um dia destes um escritor estrangeiro
Ao qual respondi, alegremente:
– Há muitos, felizmente!
E pensei
Ainda há sim, mas, por vezes parece mais que não
Já que não os recordamos com a merecida galhardia
Nem os glorificamos pela sua valentia
Dão-lhes o Estatuto que merecem?
Eu tenho a certeza que não
Que se aproveitam deles, isso sim
E há, também, a sua (nossa) Associação
[Que festeja hoje o seu 40 aniversário]
E o Referencial
E os Associados que lhes dão razão
De ser
De estar e de se manter
Vigilantes activos
Até para manifestar repúdio com a evolução
Das coisas da Democracia que a eles se deve
E que nos é “roubada” com a má vivência da inação
Sobre as questões da “paz, pão, saúde, habitação”
Não se fala, como devia, deles na nossa Nação
Uns porque não se sabe nada da História Contemporânea
Que não nos é ensinada, por inculta opção
Outros porque lhes interessa pouco relembrar a dádiva
E ainda aqueles outros que perderam as suas benesses
E que surgem agora com os clamores de quem reaparece
Eu tenho sorte em ter muitos Amigos desta nobre condição
E tento preservar a memória do seu papel incomparável
Que nos deram -a todos- com um civismo absolutamente inegável
Sei que uns ainda estão bem; muito bem
Que outros estão mais zangados com a vida
Alguns já a tentar esquecer o que lhes têm feito
Outros que já se foram, porque eram humanos
Mas que passaram a lendas
Estão todos bem guardados no meu coração
Junto do cantinho que recorda o que nos fizeram
Em modelo bom que incluiu conspiração
Com a vida em risco
!… E tenho orgulho em lhes poder, ainda, render esta homenagem …!
Em lhes glorificar a coragem
Em lhes agradecer a viragem
Sem disso, quase todos, tirarem partido algum
Por isso tudo pergunto eu, agora:
E já está cumprida a Revolução?
E o Abril ainda se mantém no nosso coração?
Naquela perspectiva de se terem mudado os vícios da Nação
Pode ter dias que sim
Mas a mim

… parece muito mais, que já não!

Num dia em que a saudade dos fins de tarde na “Toca das Lebres”, com muitos deles, Amigos queridos, sobreveio e em que se comemora o 40º Aniversário da Associação 25 de Abril.

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7 COMENTÁRIOS

  1. Viva Luís, boa homenagem, relembrar os bravos militares que com a sua coragem servem a nação e claro, sempre que possível, quando ainda estão vivos.

  2. Quando estes heróis puseram suas vidas em risco para alterarem,40 anos de terror para a liberdade de expressão, Eu tinha apenas 11 anos. Sei que foram uns Heróis mas em nada consagrados pelo devido êxito. Acredito que os que estão vivos se sintam revoltados de verem o nosso País, a passar pelo que está a passar.Um Portugal que dá tudo desde o leite ao sal… A superar pelas esmolas das outras nações, o que na minha leiga opinião, nos leva à pobreza envergonhada!O homem devia pensar mais no futuro, estão a estragar o clima com as guerras, feitas por armas que eles próprios criam para se destruírem todos. Santa miséria, o que será dos nossos netos? Se não houverem homens com o coração forte e a defenderem na linha da frente como os heróis do 25-04-1974,voltamos aos tempos de outrora,Fome ,miséria,desemprego etc. Tenho dito.

  3. Luís, em primeiro lugar, parabéns por mais esta reflexão sobre nós mesmos. Vivemos como que grudados em nossos celulares, alimentados por informações do aqui e agora desprovidos de conteúdos mais profundos, supérfluos apresentados com cores chamativas e sensacionalistas e que nos trazem à ilusão de que estamos atualizados. Na verdade é como se estivéssemos confortavelmente acomodados na ignorância. Palavras que no passado moveram corações hoje são repetidas com pouco significado, como liberdade; justiça, fraternidade…. Luís, que a sua voz seja ouvida por muitos e que outras vozes se juntem à sua . Quem sabe alguém que lendo suas palavras inicie uma reunião, um encontro, uma palestra,uma convenção , un jantar familiar ou mesmo um almoço com amigos , lembrando um passado que não deve ser esquecido.

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