Luís Pais Amante
As “hostes” do ditador que exerce o nepotismo lá prós lados da Sibéria, tem falado só de “sujidade”, ultimamente.
“Bomba suja”, “bomba suja”, “bomba suja”…
E, imagine-se: “O Ocidente está a jogar um jogo sangrento e sujo”, vão gritando histericamente em todas as plataformas que lhes têm trazido só desmascaramento.
Mas é muito difícil dar algum tipo de atenção a quem tem dito tudo e o seu contrário como por exemplo, mais ou menos:
– estamos em manobras conjuntas com a Bielorrússia e, de repente, passámos a estar numa operação especial militar para “desnazificar” os vizinhos Ucranianos o que nos dá direito a entrar à força por ali adentro e matar a esmo deficientes, grávidas e crianças;
– somos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mas exercemos o nosso veto contra qualquer tipo de voto sobre a nossa posição na Ucrânia; somos especiais (quiçá superiores) e a Lei Internacional não se nos aplica;
– a Europa está a violar os contratos que celebrou connosco;
– não atacamos alvos civis; nem hospitais; nem maternidades; nem escolas ou infantários;
– as regiões ocupadas (à força) são território russo e regem-se pelas leis da mãe pátria;
– o que roubamos é nosso (cereais, metais, carros, casas, telemóveis, brinquedos de crianças, recheios, bicicletas, máquinas de lavar roupa e loiça);
– não temos cá oligarcas;
– a democracia, a tolerância e a liberdade passeia pelas ruas de Moscovo;
– a Central de Zaporijia pertence-nos;;
– nenhum russo está a fugir à mobilização;
– O Mar Negro é nosso!
– etc, etc, etc.
!… Aqui chegados, parece ser de elementar raciocínio, livre, concluir que aquela gente perdeu, mesmo, toda a réstia de credibilidade. Só sabem mentir. Só sabem basear os seus fundamentos hitlerianos para semear e multiplicar o terror, em habilidades e maroscas absolutamente intoleráveis no nosso século …!
Fora do contexto da Carta das Nações Unidas; fora do contexto da Declaração Universal dos Direitos Humanos; fora de tudo o que é regulatório!
Incluindo o que é estabelecido -e estabelecido- nas Leis da Guerra!
Fora do mundo civilizado e em paz que toda a Juventude (incluindo a russa) ambiciona.
O que tudo transforma a Guerra da Rússia contra a Ucrânia e os seus métodos de terrorismo traiçoeiro, de brutalidade bruta, como tentativa de submissão de um País soberano a partir da aplicação de sucessivos crimes de guerra, incluindo contra a humanidade, o que ninguém de juízo pode admitir, quanto mais apoiar.
Tudo isto é percepcionado pelo Mundo, incluindo aquela parte dele que se deixou tornar cativo das fontes de encantamento, que vão esmorecendo com o passar do tempo e com a chantagem alimentar.
E, se assim é, que valor tem este frenesim de “pedir batatinhas” à ONU -que não respeitam- para ir inspecionar a Ucrânia (quando o proíbem na própria Rússia) e querer fazer-nos acreditar que a Ucrânia (que se mostra uma Nação absolutamente impressionante do ponto de vista do aprume, da palavra, do trato, da entrega, da disciplina, da força mental … e da limpeza da sujidade alheia) afinal, fabrica a chamada “bomba suja”?
Nós não dizemos que sim, ou que não, por não sabermos; mas acreditamos que a tal “bomba suja” pode já estar na Ucrânia…tal como estarão outras quiçá mais gravosas na aplicação do desespero.
Parece-nos ser o Kremlin (e os seus cérebros de guerra) que já lá deve ter apontado o dispositivo que usa explosivos para espalhar resíduos radioactivos; não foram eles que abriram trincheiras em terras de Chernobyl?
Se sim, é porque percebem mesmo muito de radioactividade e de acidentes deste tipo…
Aliás, se têm acesso a tanto dinheiro sujo (inclusive para investimentos em Portugal), porque não o hão-de ter às bombas deste tipo, também?
Porque quem semeia “sujidade” é a loucura por lá instalada e as suas mistificações abjectas; o que mostra “sujidade” é o estado animalesco em que ficam as escolas depois da fuga dos militares russos obrigados a sustentar esta guerra; … e é a Rússia quem ainda tem capacidade para tudo aquilo que precisa para aterrorizar o Mundo, fazendo -sempre- exactamente o contrário do que afirma.
Ou ainda há margem para acreditar nalguma das patranhas que nos querem vender?
Dá-me, sinceramente, a ideia de que já não!
Tem toda a razão no que diz. É mesmo angustiante ver o que se está a passar.
Triste e lamentável esta guerra, destruir uma nação, desabrigar famílias, destruir sonhos e futuro de muita gente; não há palavras para descrever esse senhor.
Quando Putin diz que não faz ou vai fazer certamente que vai fazer, bombardear massiva e indiscriminadamente é um acto legítimo quando é bombardeado selectivamente, base naval na Crimeia, passa a acto terrorista, haja estômago para tudo isto.
Luís, o seu brilhante e objetivo artigo colocou em palavras sentimentos contidos, represados em mim.
Como filho de pai ucraniano, durante todos estes meses tenho carregado um peso intenso de revolta ,indignação, ódio e não sei mais o que contra esse personagem, líder supremo da Rússia que cada vez mais vai-se assemelhando à Stalin.
Está cada vez mais difícil de visualizarmos a paz e isso significa mais e mais sofrimento para o povo ucraniano já tão atingido pelos contínuos crimes.
Obrigado Luís por ser uma voz que se manifesta contra a mentira, a hipocrisia e a violência.
É mesmo isso tudo, Amigo Dr.Luis. Veja lá que agora até já nos ameaçam aqui em Londres. Onde irá parar tanta ousadia!
É mesmo isso Luís. O que vai acontecer é precisamente o contrário do que o senhor Putin afirma. Não será o Ocidente nem os EUA a irem conferenciar com a Rússia, mas o contrário. Porque mesmo que a guerra termine amanhã todos sabemos que nada voltará a ser como era antes do conflito deflagrar. A Rússia perdeu toda a credibilidade, toda a racionalidade, toda a humanidade com esta gente que dirige hoje os destinos do País e tornar-se-á um Estado Pária ao lado daqueles poucos que votam hoje na ONU nas suas posições, Síria, Coreia do Norte e Venezuela.
Para se ter opinião convêm estar informado. Regurgitar propaganda não é opinião.
Duma forma extraordinariamente precisa, o Luís Amante faz aqui uma completa resenha das práticas de Putin, o imperador das Rússias, relativamente á invasão da Ucrânia, e não fora a gravidade da questão, a postura e a retórica dessa lamentável personagem, em todo este processo, só poderiam ser risíveis.
Tirando alguns pacifistas de circunstância, que ou serão inconsequentes ideológicos ou estarão envolvidos em cumplicidades político-económicas mais ou menos encapotadas com a Federação Russa e seus satélites, a generalidade das pessoas no mundo ocidental vê com espanto e preocupação a escalada da desfaçatez putinesca e dos seus apaniguados.
Em relação a estes, ainda assim, dar-se-lhes-á o benefício da dúvida, pois lá pelos lados do Kremlin muitos deles devem de estar já a lutar para salvar a pele, e salvaguardar a sua família, pelo que o melhor será manifestarem sempre total apoio ao grande líder e papaguearem esmeradamente o seu argumentário.
Ora sob esse ponto de vista, faltam-me palavras para dizer algo que não tenha já sido dito, com propriedade, por pessoas de bem maior valia do que eu.
Porém, desculpar-me-ão, mas talvez não seja demais insistir no paralelo entre o início da 2ª Guerra Mundial, nos idos de 1939, e o início desta chamada “operação militar especial”, em Fevereiro do corrente ano.
Ao tempo, respaldado no tristemente famoso Tratado de Munique – celebrado em 29/9/1938 entre a Alemanha, a França, a Itália e a Grã-Bretanha, as potências europeias de então, para “preservar a paz mundial”… – Hitler conduziu a Alemanha á anexação e posterior invasão e ocupação militar de toda a Checoslováquia, em Março de 1939, sob o pretexto de, na zona norte e oeste deste país, as populações de etnia alemã, supostamente estarem a ser alvo de tratamento discriminatório. E o que se seguiu, infelizmente, é História…
Ora, em Fevereiro deste ano, ao iniciar a invasão da Ucrânia, Putin justificou-a não só com a necessidade de proteger as populações russas lá residentes, mas também com a necessidade de “desnazificar” este país. Não vos parece singular coincidência?
Quanto á “desnazificação”, admita-se que serão inegáveis algum ideário e práticas nazis em certas franjas da população ucraniana, como, aliás, sucede em vários países do mundo ocidental, infelizmente. Mas, será que o arguto imperador russo já olhou bem á sua volta: os grupos que o rodeiam, os rituais palacianos, as encenações e as paradas em que se pavoneia?
Se Hitler, antes de anexar a região dos Sudetas, na Checoslováquia, ainda teve o cuidado de previamente se legitimar através do tal Tratado de Munique, já Putin, ao arrepio de todo o direito internacional, apenas mandou as suas tropas entrarem abertamente pelo território da Ucrânia, sem mais.
E Putin, uma vez mais atropelando todas as regras de direito internacional aplicáveis, veio, agora, criar uns inomináveis referendos, nas regiões que ocupou cujos resultados, á ponta das armas, foram mais do que previsíveis. Após o que se apressou a reconhecer a independência de tais “Repúblicas Independentistas” e a sua admissão como integrantes da Federação Russa. E assim tenta legitimar, aos olhos da comunidade internacional, os atropelos e as barbaridades que cometeu, e continua a cometer.
Não contente, periódicamente ameaça de forma mais ou menos velada com o uso de armas nucleares e, sempre cheio de si próprio, candidata-se a líder duma nova ordem mundial a criar, como é óbvio, de acordo com a sua superior visão messiânica do papel da Grande Rússia, por si liderada, no mundo.
Hitler, quis criar um Reich, o 3º, que duraria mil anos…
Uma vez mais cabe perguntar: Não existem aqui umas tenebrosas coincidências?
Por isso, temos que ter noção da gravidade de tudo o que está em jogo, tanto mais que tudo isto também é o resultado de mais de 20 anos de imprevidência dos líderes europeus no estabelecimento de laços e dependências económico-energéticas com a Federação Russa, ou seja, com Putin. Pusemo-nos a jeito, como bem diz o povo…
Em coerência, o Ocidente não pode abrandar no apoio á Ucrânia nem na firme condenação unânime das políticas de Putin. Vai ser duro e incómodo? Vai! Mas, ai de nós todos se fraquejarmos!
Há que desmascarar toda a mentira e hipocrisia que continua a ser utilizada para enganar os menos esclarecidos ou os cegos seguidores do regime ditatorial.
Um abraço