O Papa Francisco reforçou hoje, no Vaticano, os seus apelos à paz e à solidariedade com as vítimas da guerra na Ucrânia, pedindo que se moderem os gastos do Natal para as ajudar, com essa poupança.
“Irmãos e irmãs, eu vos digo, há tanto sofrimento na Ucrânia. Tanto. Gostaria de chamar a atenção para as próximas férias de Natal. É lindo celebrar o Natal, mas vamos diminuir um pouco o nível dos gastos do Natal”, pediu Francisco, no final da sua audiência geral semanal no Vaticano.
“Vamos fazer um Natal mais humilde, com presentes mais humildes. Vamos enviar o que economizarmos para o povo ucraniano que precisa. Estão a sofrer tanto, estão com fome, frio, tantas pessoas estão a morrer porque não há médicos ou enfermeiras”, afirmou o líder religioso, diante dos fiéis reunidos na sala Paulo VI.
E concluiu: “Não nos esqueçamos: o Natal, sim. Na paz com o Senhor, sim. Mas com os ucranianos no coração. Façamos este gesto concreto por eles”.
O Papa elogiou, em particular, a iniciativa da Cáritas da Polónia, que envolve as famílias locais na ajuda a pessoas afetadas por conflitos armados e crises humanas, em todo o mundo.
“Este ano, a ajuda será destinada também às famílias ucranianas. Encorajo-vos a perseverar na partilha com os necessitados”, declarou.
Francisco sublinhou que o Advento, tempo litúrgico que precede a celebração do Natal, no calendário católico, evoca uma “atitude fundamental” para os cristãos, “a vigilância”.
“Esperamos a vinda do Senhor e fazemo-lo permanecendo atentos aos nossos irmãos mais frágeis, que batem à porta do nosso coração. Assim, construímos a nossa vida com discernimento, em coerência com o Evangelho. Peçamos ao Senhor que nos mantenha vigilantes na humildade e na disponibilidade”, apelou.
Francisco tem apelado de forma insistente à paz na Ucrânia desde o início da ofensiva militar russa, em 24 de fevereiro, um assunto que aborda regularmente nos seus discursos.
Na quinta-feira, durante uma cerimónia pública em Roma, emocionou-se e não conseguiu esconder as lágrimas ao evocar mais uma vez a Ucrânia “martirizada” pela guerra.
Perante peregrinos de vários países, incluindo Portugal, Francisco convidou todos a “intensificar a preparação espiritual para o Natal, que já se aproxima”, rezando pelo “dom da paz, de que o mundo tanto precisa”.