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David Gonçalves de Almeida

Em 1985 legou à sua terra natal a obra “Notícias Históricas de Mondalva”. Um volume de cerca de trezentas páginas, com fotografias de Varela Pécurto, que traça a história de S. Pedro de Alva e região, área geográfica que o autor designa por Mondalva. A edição foi promovida pelo Grupo de Amigos de S. Pedro de Alva.

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Refere-se no Preâmbulo:

“Coligem-se neste volume alguns apontamentos ou despretensiosos estudos relativos à antiguidade de Mondalva. Assim se propõe o autor denominar a pequena e acidentada Mesopotâmia onde nasceu, flanqueada pelos rios Mondego e Alva, imediatamente a montante da confluência a que os forçam os prolongamentos montanhosos do Buçaco-serras do Carvalho e da Atalhada – que deixam à corrente fluvial somente a estreita passagem conhecida por Entre Penedos.” O vocábulo “Mondalva” é fruto da aglutinação dos nomes dos dois rios que ladeiam o território, tomando, para o efeito, a forma latina Monda – alternativa de Munda – à qual se juntou a terminação ou sufixo eco ou ego“.

O livro apresenta o seguinte índice:

I CAPÍTULO –  Ao redor das origens de S. Pedro de Alva: certezas e conjecturas

A versão do “Portugal Renascido”. A lição directa das fontes documentais. Na fronteira das Cividades de Coimbra e de Seia (Castelo de Góis – Herdade de Seia – Castelo de Coja – Herdade de Pombeiro e Souto Seco – Mondalva – Hombres, tributário de Minerva) . Na esteira dos términos antigos . Ecos de vozes distantes . A herança de César . Na rede do Grande Pescador . “Faciamus molinos”. Paço Novo e Paço Velho . 

II CAPÍTULO – Linhagem dos Farinhas

Ascendência . Mordomo do Rei Fundador. Dom Afonso Peres Farinha: um grande construtor da Pátria (Fronteiro de Além-Guadiana, Fundador de Vera Cruz e Grão-Prior do Hospital, Senhor de Miranda, Prelado da Terra de Portel, Conde Palatino, Corregedor do Reino e Testamenteiro do Rei, Última Missão). Guerra entre Farinhas e fundação do Morgado de Góis. ”Seja a Terra Devassa”. Cunhas de Tábua e Cavaleiros de Antanhol. Gonçalo Vasques Farinha, primeiro escrivão de Puridades dos Reis de Portugal. Enlace de Farinhas e Carvalhos . Capela da Vitória e Hospital do Corpo de Deus. Outros descendentes.

III CAPÍTULO – A Matriz de S. Pedro de Alva e a sua Comenda de Cristo

Ao serviço da dilatação da Fé  e do Império . O dote da Comenda e significado económico-social da sua evolução. Novas Conjecturas. A “Sé da Beira” e os seus Comendadores no século XVII . A Lenda do Terramoto. Últimos Comendadores. Ampliação da Nave e capela nova de Santo António. Sertão de Farinha Podre. Defesa do Adro e acções posteriores.

IV CAPÍTULO – S. Paio de Sovereda

Instituição e difusão do culto de S. Paio. S. Paio em Lorvão. Inquirições em Sovereda. Doação de Vila Cova e de Midões, Touriz e Friúmes.

Como se observa são muitos os aspectos abordados. Uma obra que merecia ter maior divulgação local e regional. Trata-se de um estudo  fundamentado e rigoroso que, exigindo uma leitura atenta e demorada, nos transmite muitos dados históricos sobre S. Pedro de Alva e sobre o concelho de Penacova, em geral,  e corrige até algumas concepções” tidas como assentes. É disso exemplo a “Lenda do Terramoto”.


NOTA SOBRE O AUTOR

António Carlos Proença de Figueiredo nasceu em S. Pedro de Alva em 1901. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde se licenciou em 1925 em Ciências Histórico-Filosóficas.

Ainda em Coimbra, o seu nome ficou  ligado ao Colégio Luís de Camões, que fundou em 1926, juntamente com o seu colega Joaquim Costa Henriques. Esta instituição acolheu muitos jovens de todo o país e  afirmou-se no panorama educativo nacional.

De 1928 a 1930, Carlos Proença frequentou a Escola Normal Superior cujo curso concluiu com aprovação em Exame de Estado. Em 1941, a convite do Ministro da Educação Nacional, Mário de Figueiredo, presidiu à Comissão de Reforma do Ensino Técnico. Nos anos sessenta, foi uma das personalidades que elaboraram os estudos preparatórios do Estatuto de Educação Nacional.

De 1941 até à sua aposentação em 1971, foi Director-Geral do Ensino Técnico e Director-Geral do Ensino Técnico Profissional. Até atingir o limite de idade em 1971 foi  Secretário-Geral do Ministério da Educação. Pelos altos serviços prestados na educação e no ensino foi agraciado em 1947 com a  Ordem da Instrução Pública  (grau de Grande Oficial), com a  Ordem de Cristo, em 1966, e com a Ordem de Sant’iago da Espada, em  1971.

Foi Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Grupo Desportivo “A Casconha” nos anos sessenta do século passado. Sempre ligado à terra que o viu nascer, orientou o restauro da Igreja Matriz em 1971.

No dia 28 de Novembro de 1971 foi homenageado em S. Pedro de Alva. Na Casa do Povo, onde decorreu a homenagem, foi descerrada uma fotografia sua. António Carlos Proença de Figueiredo, que foi casado com Maria da Silva Dinis, natural da Tocha, faleceu nos hospitais de Coimbra no dia 11 de Outubro de 1990. Os seus restos mortais jazem no cemitério de S. Pedro de Alva.

FICHA BIBLIOGRÁFICA / BNP

NOTICIAS HISTÓRICAS DE MONDALVA / CARLOS PROENÇA
AUTOR(ES): Proença, Carlos, 1900-1970?
PUBLICAÇÃO: Mondalva : Grupo de Amigos, 1985
DESCR.FÍSICA: 304 p., [8] f. il. : il. ; 24 cm
CDU: 94(469)

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