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Maria Helena Marques

Algum tempo estive ausente desta página,mas meu olhar não deixou de se fixar no que me rodeia e no que vai pelo Mundo e me é dado ter conhecimento.
Fez-se pausa por um tempo. Não deixa de ter sua importância. Se até a música tem suas pausas!…
 

No recomeço , o tema de hoje, fixar-se-á, exatamente, no valor do olhar.

O que se vai desenrolando no nosso dia a dia e na convivência com as pessoas, nas mais diversas situações, olhar “olhos nos olhos” fornece-nos muitas informações bem úteis para saber com quem estamos a tratar e das suas intenções e/ou sentimentos. Os olhos falam. Lá diz uma quadra antiga que: “o coração mais os olhos, são dois amigos leais, quando o coração está triste, logo os olhos dão sinais. E dão. Não só da tristeza como da alegria, do amor ou do ódio, da verdade ou da falsidade, da aceitação ou do desprezo, da prepotência ou da humildade…

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Não há muitos dias, um bom grupo de Professores do 1º Ciclo, agora já fora da docência e que trabalharam neste nosso Concelho de Penacova, reuniu num almoço/convívio que, aliás, acontece há anos de quando em quando, sempre que se proporciona.

É vê-los quando se enfrentam! Antes que se abracem, olham-se “olhos nos olhos” para que eles declarem a alegria do reencontro. Só depois vêm as expressões de júbilo em diálogos que se entrecruzam e deixam no ar um clima de euforia e felicidade. Almoço e convívio acontecem em sã e genuína alegria fazendo nascer em cada um o desejo de um novo encontro. Na hora da despedida, o que os olhos refletem é a Amizade e a Esperança de um novo Convívio.

Um outro exemplo da linguagem do olhar aconteceu (me) hoje dia 27. Participei numa cerimónia religiosa que reuniu muita gente. Era um funeral. Estávamos na Igreja e a cerimónia das exéquias ainda não tinha começado. Pela família em questão achei que lá deveria estar alguém que eu gostaria de rever. Não acontecia há anos. Talvez até fosse difícil reconhecermo-nos, pois a idade vai-nos alterando a fisionomia…Mas tentei e ela, pelos vistos, também. Cruzaram-se os olhares, Não estávamos perto nem do mesmo lado. Foi quanto bastou. Os olhos se reconheceram e, discretamente, enviámos um beijo. E não bastou. Cada uma saiu do seu lugar e aconteceu o abraço. Não era hora nem lugar de falar. Os olhos falaram e disseram da alegria do reencontro.

E, terminando este meu tema de “olhos nos olhos” não poderei deixar de falar da situação mais emocionante e marcante na minha vida e no meu coração

Falo dos olhos de minha Mãe. Ela, no final da vida, perdeu o entendimento e até a capacidade de falar, porque tudo esqueceu. Era um diálogo mudo entre os seus olhos e os meus, o que posso afirmar é que sempre li nos seus, ternura, carinho, amor e até saudade. Correspondi com o meu afeto de filha bem amada. Os olhos de minha Mãe sempre disseram, até ao fim: Amo-te! E digam lá que os olhos não falam…

 

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