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Luís Pais Amante

Já passou um ano, sim
Já vimos de tudo
Nesta guerra sem fim
E eu estou doente
Pouco crente, até
Se este modo de nós humanos
Querermos a vida, com a morte
Tem algum sentido
Se consegue expressar algo de racional
E não fico contente
Com o que me diz o meu coração
Que se encontra ferido
É quase fim de Fevereiro
Já passou Janeiro
E já passaram muitos sinais maus
Nesta nossa pobre terra
Que já não chega pra todos
Que nos esvazia como se fôssemos tolos
O céu azul claro está escrito com riscos brancos
O campo amarelinho deixa de ter cultura de linho
As crianças estão assustadas
Outras, mesmo, violentadas
As Famílias estão destruídas
As defesas, apesar de tudo, mantidas
Mas, na Organização das Nações Unidas
Já não há União
Nem bom senso, nem razão
… Tudo faliu!

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Luís Pais Amante

Slava Ukraini!!

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11 COMENTÁRIOS

  1. Sim, Luís, estamos descrentes, nossos corações estão feridos ao vermos os maus sinais cada vez mais intensos e abundantes.
    Esta semana o noticiário mostrou Putin falando num estado lotado onde por alguns instantes apareceu a imagem de uma jovem sorrindo e agitando a bandeira de seu país. É como vc diz: nós os humanos estamos querendo a vida, com a morte. O sentimento de culpa pela invasão e pelas mortes causadas não existe. Existe sim um ódio coletivo que se repete na história da humanidade construido por esse novo ditador que com seu poder, propaganda e repressão apaga a consciência individual e desperta o demônio de cada um.
    A esperança caminha distante, mas ela não desapareceu. É nossa natureza esperar algum milagre, mesmo que ele não exista.
    Parabéns Luís, por essa sua sensibilidade poética para retratar temas dramáticos da atualidade.Obrigado

  2. Querido Igor,

    Quero dizer aos Leitores do PenacovaActual que tu és um Amigo do peito -como se diz aqui na terra- tanto nosso(Família) como de Penacova.
    Ainda ontem estive a reler o teu Livro [Girassol e Edelweiss – uma história à beira do esquecimento] que tive o prazer de comentar na contra-capa, onde escreves: “o maior pesadelo de um refugiado ferido pela dor é tornar-se exilado de si mesmo”.
    O teu Livro (de um Escritor Ucraniano como tu és foi publicado em 2021…
    …e que longe estávamos, a beber um copo com as nossas queridas Mulheres, de pensar nesta catástrofe na tua Terra.
    Acompanho muito o teu sofrimento!
    E mando-te um abraço fraterno.

  3. O que paira é mesmo uma incerteza. O amanhã ninguém conhece, a ganância do homem conhecemos; infligir sofrimento aos outros por causa de terra, sem do, nem piedade. As ajudas devem manter-se, a união contra esses atos igualmente e que a Paz reine brevemente as famílias ucranianas.

  4. Sinto o coração apertado do Poeta e a profundidade da expressão do nosso amigo Igor.
    É mesmo muito triste que tais “aberrações” ainda subsistam no nosso século…
    A guerra sempre foi dramático e sempre teve alguém que por ela é responsável; mas esta que confronta a vida e se promove a molestar brutalmente Mulheres e Crianças é absolutamente contrária aos princípios básicos da vida em Sociedade.

  5. Estamos todos incrédulos, muita gente com sonhos destruídos e futuros incertos.
    Feridas que deixarão cicatrizes profundas e dolorosas. Levantamos bandeira branca e pedimos. STOP GUERRA

  6. Sensibilidade enorme que espelha as grandes e graves perturbações existentes na humanidade. Não há muito tempo, parecia impossível depararmos com uma situação como a que nos foi imposta por alguém com ambições de poderio que – pensávamos – serem de outros tempos. Infelizmente, não é assim.
    Parabéns por mais este belo e gratificante trabalho.
    Abraço

  7. Que legado estamos a deixar para as futuras gerações? Nós os mais velhos, estamos assustados e perplexos com as proporções e rumo que este conflito está a tomar, e os mais jovens que impacto tem nas suas vidas? O que lhes está a ser transmitido acerca da forma de gerir as diferenças e as divergências e o querer do outro diferente do nosso? Grande risco de gerar indiferença perante o sofrimento do outro ser humano e fazer espetáculo dos cenários de guerra.

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