No passado dia 21 de abril de 2023, em Montemor-o-Velho, foi realizada a sessão pública de lançamento da “Comunidade VirtuALL”, impulsionando a consolidação e ampliação deste ecossistema a outros territórios, AD ELO e municípios numa perspetiva de cooperação interterritorial.
Um projeto que visa o envelhecimento ativo de idosos, através de componentes de realidade aumentada e virtual, começou com seis municípios e vai estender-se a 20, a maioria na região Centro, até 2024, anunciaram os promotores.
De acordo com dados esta sexta-feira divulgados em Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, a primeira fase do VirtuALL – Inovação, Envelhecimento, Qualidade de Vida – apresentado, em 2019, como um projeto pioneiro em Portugal e durou cerca de três anos – abrangeu mais de mil pessoas maiores de 65 anos daquele e dos municípios da Figueira da Foz, Cantanhede, Mira, Penacova e Mealhada.
Promovido pela Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (Ad elo), estende-se, agora, a outras três associações congéneres, abrangendo mais 14 municípios: Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua e Góis (Adiber), Castelo Branco, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (Adraces) e Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Lourinhã, Cadaval e Torres Vedras (Leader Oeste).
“A ideia é que no final do projeto, em 2024, possam ter participado mais de dois mil seniores”, disse Mário Fidalgo, secretário executivo da Ad elo, no momento da apresentação do projeto.
“Com a ajuda destas tecnologias, este é um envelhecimento que se quer ativo e saudável” vincou aquele responsável, acrescentando que, nos últimos três anos, uma equipa de três técnicas (especialistas em psicologia, fisioterapia e geografia humana) trabalhou com idosos dos seis municípios originalmente envolvidos, numa fórmula rotativa por autarquia, em sessões de grupo de 10 pessoas, um dia por semana, ao longo de cinco semanas.
Com a constituição da Comunidade VirtuALL, esta sexta-feira formalizada, e que envolve também a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, serão quatro equipas técnicas, uma por cada associação de desenvolvimento local, a fazer esse trabalho junto dos seniores dos 20 municípios envolvidos, explicou Mário Fidalgo.
“Queremos desenvolver a ideia de que em qualquer idade é possível estar ativo e dar experiências únicas às pessoas”, aduziu Mário Fidalgo, exemplificando com os jogos e exercícios colaborativos possíveis de ser realizados com tecnologia de realidade aumentada e óculos de realidade virtual.
O investimento no projeto, ainda segundo aquele responsável, cifra-se nos cerca de 650 mil euros, desde 2019 até ao final desta segunda fase, em 2024.
Intervindo na sessão, Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho e também da Ad-elo, frisou que o projeto VirtuALL “era disruptivo à época [em 2019] e hoje quase que o assumimos com naturalidade”.
“Na altura não foi fácil, era algo à frente do seu tempo, o desafio de pôr alguém com mais de 65 anos à frente de uma consola a jogar um jogo. Mas quando experimentam não querem outra coisa”, garantiu o autarca.
Olhando para a assistência no auditório da Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão vislumbrou alguns participantes da freguesia de Arazede “que já experimentaram e gostaram”, e outros, de Penamacor, um dos novos municípios aderentes “que estão curiosos”, notou.
“Em boa hora conseguimos alargar [o projeto]. Quem vê estes seniores a divertirem-se, a brincar com estas experiências digitais, percebe que ficam todos empolgados (…) Permite quebrar a solidão de alguns [na plateia houve quem acenasse com a cabeça a concordar], permite ganhos na qualidade de vida e fazer os seniores mais felizes”, observou Emílio Torrão.
A primeira fase do VirtuALL – Inovação, Envelhecimento, Qualidade de Vida (iniciada em 2019 e que se estendeu a 2022) abrangeu mais de mil pessoas maiores de 65 anos dos municípios de Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho e Penacova. Promovido pela AD ELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego, foi considerado como um projeto pioneiro desde a sua conceção à respetiva implementação, tendo envolvido os diferentes municípios numa visão comum na operacionalização de respostas diferenciadoras e inovadoras em termos nacionais, que se materializam num verdadeiro ecossistema para a promoção do envelhecimento ativo, saudável, participativo e interativo.
Com o lançamento da “Comunidade VirtuALL” o projeto estende-se, agora, a outras três associações congéneres, abrangendo mais 14 municípios: Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua e Góis (ADIBER), Castelo Branco, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (ADRACES) e Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Lourinhã, Cadaval e Torres Vedras (LEADER OESTE). Esta alargamento integra-se num projeto aprovado PDR 2020, MEDIDA 10 LEADER 10.3.1 – COOPERAÇÃO INTERTERRITORIAL E TRANSACIONAL DOS GAL que envolve uma parceria de GAL reconhecidos no âmbito do instrumento regulamentar Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC), dirigido às comunidades rurais e será executado num período de 24 meses.
O “VirtuALL” objetiva-se na criação e desenvolvimento de diferentes produtos e atividades, assentes na melhor evidência científica disponível e em metodologias ativas de participação, que visam a capacitação e o empowerment da pessoa idosa através da informação e do apoio para a adoção de um estilo de vida saudável, no aumento de competências digitais e na promoção da sua vida ativa na sociedade. As soluções tecnológicas (Physiosensing, do PEPE – Portable Exergame for Elderly People, do Oculus Quest 2, Bubble Robot e tablets) potenciam o princípio de inovação social, de equidade e igualdade de oportunidades, uma vez que independentemente das dificuldades físicas e cognitivas apresentadas pela pessoa idosa a interação com essas soluções tecnológicas são possíveis. É, assim, através da realidade aumentada, da realidade virtual, dos serious games em 2D/3D e da robótica que se otimiza as potencialidades físicas, cognitivas e sociais da pessoa idosa, sempre com atividades dinâmicas, divertidas e lúdicas realizadas de forma descentralizada.