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David Gonçalves de Almeida

Autocarro da “Empreza de Transportes Progresso de Vale Cambra” em 1937

O triângulo turístico Coimbra-Penacova-Luso foi um dos circuitos mais divulgados pela Sociedade de Propaganda de Portugal nos primeiros anos do século XX. A conclusão da “Estrada dos Emídios”, ligando Penacova  ao Luso e assim popularmente designada porque a essa obra ficaram ligados os nomes, quer de Emídio Navarro, quer de Emídio da Silva, concorreu para que à nossa vila passassem a afluir cada vez mais visitantes.

De Lisboa, de Coimbra, e de outros pontos do país, chegavam constantemente grupos de “excursionistas” que aqui faziam uma breve paragem e seguiam depois para a zona do Bussaco. Não raro, essas “excursões” tinham  receção especial. Assim aconteceu com o “Grupo Musical Recreativo de Coimbra” em 1932. Ao chegar a Penacova, fazendo-se transportar em cinco “camionetas”, foi entusiasticamente recebido pela Filarmónica dos Bombeiros e teve honra de “boas-vindas” nos Paços do Concelho. O anfitrião foi o Secretário da Câmara, António Casimiro Guedes Pessoa, personalidade muito influente na época.

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Retribuindo tão caloroso acolhimento, este grupo de Coimbra dedicou algumas quadras (que foram publicadas no Notícias de Penacova), enaltecendo as belezas naturais da Vila: 

Eis ao longe Penacova…
P’ra lá vai o pensamento
É formosa e sempre nova
E terra de encantamento

D’aquele Mirante altivo
E de tamanha grandeza
Fica nosso olhar cativo
De tanta, tanta beleza …

A imprensa local ia noticiando os numerosos grupos que “de passagem para o Luso e o Bussaco”, ficavam “enamorados por mais demorada visita”. Um dia, mais tarde, muitos deles terão voltado, com mais tempo, tornando-se “aristas” convictos e fiéis.

Atraídos pela fama deste “pequeno retalho da Suíça”, como alguém lhe chamou, outros grupos de excursionistas foram visitando Penacova. Em 1938 foi o grupo “Os Seis Cabeças de Pêssego” que veio até aqui. Por ter visitado a redacção do Notícias de Penacova e ter aí deixado “dez escudos para os pobres” (!) mereceu um simpático apontamento no jornal da terra. Não sabemos quem fazia parte do grupo nem de onde era proveniente. Contudo, valeu-lhe aquela curiosa designação para não ter caído no total esquecimento e ter honras de título na crónica de hoje…

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