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A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) pediu hoje que os dadores de sangue voltem a ter direito a dispensa de trabalho no dia da dádiva, uma possibilidade que foi tirada em 2011 e nunca reposta.

Num comunicado a propósito do Dia Mundial do Dador de Sangue, que se assinala na próxima quarta-feira, a federação apela também para a regulamentação do Estatuto do Dador de Sangue, que foi aprovado em 2012 e que, diz, como nunca foi regulado há medidas que não estão a ser cumpridas.

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Quanto à dispensa laboral a FEPODABES, salientando que todos os dias são necessárias cerca de 1.000 a 1.100 unidades de sangue, afirma que desde 2011 os dadores não têm direito a dispensa e tal tem impacto direto no número de dadores.

Alberto Mota, presidente da FEPODABES, disse à Lusa que a questão está a ser discutida em comissão parlamentar, mas lamentou que já tenha passado mais de uma década e que nada tenha sido feito para repor a situação.

“Todos os dias precisamos de sangue, e as pessoas não vão deixar de trabalhar para ir dar sangue. E depois quem é que garante que o dador depois de dar sangue fica totalmente restabelecido, especialmente se faz trabalhos pesados?”, questionou Alberto Mota.

O responsável salientou que além de ser justo, a medida traria mais dadores, porque atualmente o número de dadores ainda é inferior aos valores de 2010, quando o país estava perto da autossuficiência.

Os números de 2021 apontam para 370 mil unidades de sangue, sendo que com 380 mil o país estaria perto da autossuficiência, disse.

Outra das pretensões da FEPODABES é haver um maior envolvimento dos hospitais na doação de sangue.

Segundo Alberto Mota, em Portugal há 28 Hospitais que colhem sangue e 12 que estão no programa estratégico de aproveitamento do plasma nacional.

Havendo mais de 200 hospitais no país o presidente questiona por que razão os outros hospitais não promovem a dádiva de sangue, até porque são eles os principais consumidores desse produto.

Mesmo que não façam colheitas essa promoção da dádiva de sangue, adiantou à Lusa, devia fazer-se nos hospitais, incluindo também nos hospitais privados.

No comunicado, a federação lembra que o sangue é essencial para tratamentos e intervenções urgentes, e que pode ajudar pacientes que sofrem de condições com risco de vida, além de apoiar procedimentos médicos e cirúrgicos complexos.

“O sangue também é vital para o tratamento de feridos durante emergências de todos os tipos (desastres naturais, acidentes, conflitos armados etc.) e tem um papel essencial nos cuidados maternos e neonatais”, adianta.

A FEPODABES lembra que a Assembleia Mundial da Saúde designou, em 2005, um dia especial para agradecer aos dados de sangue e incentivar que mais pessoas o façam. O dia 14 de junho foi escolhido em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

O lema para o dia deste ano é “Dê sangue, dê plasma, partilhe a vida, partilhe com frequência”.

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