Luís Pais Amante
Chelo é Aldeia antiga
Do nosso Concelho ancião
Mas há lá gentes com fibra
Que noutras terras não estão
…
Amigos eu tenho muitos
Neste Lugar tão bonito
Uns que ainda hoje por lá estão
Outros que mudaram de sítio
Rijos como pêros ao Serão
Andámos todos na dança
No Grémio
No Clube
Ou na Rua
Em dias de Procissão
As moças eram um espanto
E ainda hoje o são
As adegas outro tanto
A irmandade existia
Nos tempos da mocidade
Da consolidação da Liberdade
Ou da bola, cheia de criatividade
Que se desenvolveu muito, entretanto, em diversidade
É o local por onde passou
“A beleza em movimento”
Noutros tempos, de mais alento
Com o Povo a vibrar
A Etnografia levitando a cantar
E a Candidata lacrimejando a chorar…de felicidade
Gente com Trabalho muito
Dedicação também
Desde o tempo da migração
Prás vidas na Capital
No Ribatejo
Ou no Oeste vinhateiro
Com o “sarro” a tempo inteiro
E as gargantas bem secas
Para encher nos bailaricos
E correr com “os mafarricos”
Namoricos muitos mesmo
Casamentos aos magotes
Sendo por isso tão rica
A mistura em abundância
Da Barreira até Chelinho
Correndo na circunstância
De se saborear o ar, puro
Mesmo à noite ao fresquinho
Na Parreira do vizinho
Cujo hábito se mantém
…
Agora vamos às Sopas
Fazer crescer essa ideia
Da Vida com jeito alegre
Para ver se uma Associação
Com dedicação … por lá soergue!
Luís Pais Amante
Casa Azul
A preparar a ida ao “Encontro de Sopas” promovido pela “Associação Chelo Com Vida”, que dá continuidade e engrandece o espírito associativo desta Aldeia de gente franca e leal, de valores muito profundos.
A parte em que o Dr. Luís descreve a sua juventude nesta Aldeia e as suas amizades e complicidades é mesmo muito bonita.
Parabéns.
Mais um aplauso para o nosso amigo poeta por tão bela descrição da sua juventude e experiências vividas!
Poema lindo e rico que pela sua intimidade nos leva a caminhar pela história e admirar a Aldeia de Chelo tão cheia de vida. Que o Encontro de Sopas a ser realizado seja mais um sucesso do espírito associativo e dedicado da gente da aldeia! Parabéns, Luís!
Lindo poema sobre as memórias de afetos vividos em comunidade. E é destas ligações genuínas que se constrói o sentimento de pertença, tão importante na vida, tão fundamental. Tão importantes as Associações culturais nesta função de ligamento entre o passado e o presente, de manter vivas memórias da nossa história e de nos fazer saborear os cheiros e sabores da infância.
Mas um poema lindo, retratando a beleza da aldeia e as memórias vividas. Bem aja ao grande poema que desliza nas mãos o que lhe vem da alma.