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Luís Pais Amante

Nas linhas que aqui escrevo, hoje, quero falar do “sufoco” que sentem as Famílias em geral e as mais jovens, ainda em formação, em especial, no que à carga de impostos, taxas e taxinhas diz respeito (a chamada carga fiscal)!

O nosso País está transformado (de há muito tempo a esta parte) num Estado glutão que, de forma cega, suga os rendimentos e, por essa via, retira vontade de trabalho e de esforço a muita gente…

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Assiste-se ao “engrandecimento” da tecnocracia dos impostos, retirando-lhes o pendor redistributivo que o regime democrático exige, para fazer vingar um Estado caritativo, que se especializou em “dar esmolas a este grupo ou àquele”, consoante o retorno esperado em votos.

As “Finanças” outrora dignas de respeito, transformaram-se em local de passagem para os que querem construir curricula no contra ciclo da Economia, à custa de manobras como as cativações que são o maior escândalo que se conhece (meros truques), mas que vão servindo de prova cega e trampolim para outros voos.

A “cativação” mais não é do que uma ilusão de acordo orçamental. A parte da despesa onde mais se tem notado, negativamente, é na da área da Saúde.

Quando nos perguntamos porquê, as respostas nunca são convincentes, nem sérias. A única verdade intrínseca a tal apetite voraz é o facto de os políticos continuarem a querer garantir o funcionamento do Estado, sem trabalho e sem imaginação!

E não estou a falar, sequer, das questões ideológicas.

Não se preocupam se os Jovens deixam de ter dinheiro disponível para pagar as rendas ou as prestações da casa a comida dos filhos; … ou se são obrigados a voltar ao lar paterno -ou de lá não sair- com a Família entretanto constituída, o que vai acontecendo com uma generalização arrepiante.

!… que bom seria eu dizer aos meus Colaboradores de uma vida que não se esforçassem, não se preocupassem, porque a nossa subsistência estava garantida à partida…alguém nos daria os euros em falta no final do ano …!

Pois é isso mesmo que a cadeia da nossa organização política diz, sem falar: – vamos ter de manter esta carga fiscal, porque o seu produto vem cá ter aos cofres…e chega para nos mantermos sossegadinhos à sombra da bananeira.

As pessoas da minha idade estão habituadas a viver assim: -pagar, pagar, pagar!
Todavia, no decurso de muito tempo, a verdade é que os rendimentos nos deixavam espaço para construir vidas dignas e, ainda, para prover a educação dos nossos filhos, e guardar algumas poupanças.

…mas os mais jovens não percebem o porquê de tanto aviltamento, tanta perseguição e não dá mesmo para perceber.

Como não fazer reflectir a inflação (que nunca desce), mesmo diminuindo, nas regras desse instrumento-base da política fiscal, arcaico, destrutivo, sem hipótese de recauchutagem chamado IRS?

Como assistir à coabitação da maior dívida global de sempre, com a maior carga fiscal de sempre e assistir a discursos de euforia económica (como de novos milagre se tratassem)?

Conto um caso recente de um casal que me procurou para saber o que fazer como “fugir” aos impostos. O caso estava relacionado com o jovem marido, informático mais ou menos bem pago, que foi promovido -dada a sua dedicação- e passou a receber menos no final do mês, uma vez que mudou de escalão do tal IRS glutão.
Pior do que isso é que com os rendimentos do casal englobados e dois filhos, a coisa ainda piorava.

– E se nos divorciarmos Dr., não passamos a pagar menos e a ter disponível mais?

Digo-vos que fiquei atónito porque conheço as suas origens e sei que só o facto de ponderarem essa situação os machucaria muito; a eles e aos Pais.

Mas seria a verdade nua e crua se, na generalidade dos casos, o recurso à separação de rendimentos ainda não permitisse alcançar -pelo menos parcialmente- esse objectivo de pagar algo menos, pagando embora demais e “fabricando-se pobres” que trabalham honestamente.

O cerne da questão está na construção habilidosa da base fundadora da “cassação” do IRS.
Vão mudando as Tabelas, mas o objectivo é sempre aumentar o total a entrar nos Cofres do Estado, ano após ano, em termos comparativos, negociando a distribuição do bolo só com os correligionários.
Pior é antecipar um posicionamento que, na grande maioria dos casos é fictício, mas vai transformando os Contribuintes no Banco de Estado…
E também é a generalização de carga em tudo o que se faz ou adquire na vida (livros, medicamentos, material escolar, supermercado, carro, gasóleo, gasolina ou gaz, etc., etc.) alvo de voracidade fiscal tão severa que ninguém consegue perceber o que o nosso Estado trapalhão acrescenta ao preço simples de tudo.

Experimentem olhar atentos -e pedindo explicações ou reclamando- para as facturas da água, da electricidade, dos seguros…ou da compra de carro.

E porquê e para quê:
– para estarmos protegidos nas necessidades da Saúde? Não, porque só está mais protegido quem tem possibilidade de pagar acessos a meios não estatais, através de seguros ou outros modelos de proteção!
– para estarmos protegidos nas necessidades de acesso à Justiça? Não, porque esse acesso é caríssimo e o final da lide sempre imprevisível!
– para estarmos protegidos nas necessidades de Educação? Não, porque a mesma Educação está de rastos e os mais jovens recorrem, por sistema às disponibilidades privadas!
– para manter o Estado Social? Não, porque quase já não existe e gere cada vez mais pobres e mais desprotegidos da vida!

Então e para que é que todos nós pagamos tanto, a pontos de estarmos na vanguarda europeia?

Só é porque temos um Estado prepotente, incapaz e cheio de pessoas que pensam: – deixemos estar assim que não nos dá trabalho; os Contribuintes que se lixem, os Deputados que vão bugiar, porque quem manda aqui somos nós!

Não convém esquecer que as nossas “bancarrotas” – houve várias, mas já esqueceram-provocaram a necessidade dos aumentos exponenciais da receita fiscal; porque alguém andou a governar mal, a dívida pública foi sempre aumentando desmesurada e sucessivamente e a torneira fechou-se; era necessária união para ultrapassarmos as difíceis situações que se nos depararam.

Mas se esse tempo já passou há tanto tempo, como se compreende o aumento sucessivo dos impostos e das taxas?

Porque nunca se parou para pensar no Futuro? Porque nunca se simplificou um sistema enquistado?

Sois Vós Jovens que tendes obrigação de pôr cobro a estes aviltamentos, até porque sois Vós a geração mais bem preparada que o nosso País já pariu; a menos bem paga e a mais sacrificada com esta carga sufocante, que não dá horizontes nem à Vossa vida, nem à vida dos Vossos Pais e, muito menos, dos Vossos Filhos.

Não se calem; nem se verguem; vão à luta.

!Exijam probidade!

Luís Pais Amante

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3 COMENTÁRIOS

  1. O Dr. Luís Amante toca aqui numa verdade muito esclarecedora.
    Alguns de nós tivemos de ir para outras paragens, tentando levar uma vida decente, de cabeça erguida.
    Muito bem.

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