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Penacova assinala hoje o Dia do Município com a inauguração do Centro Interpretativo do Mosteiro do Lorvão com a presença da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. O presidente da Câmara Municipal de Penacova, Álvaro Coimbra falou sobre a gestão da autarquia, os investimentos no concelho e o futuro do IP3.

O presidente da Câmara Municipal de Penacova, Álvaro Coimbra, concedeu uma entrevista em que aborda o futuro do traçado do IP3 entre Penacova e Santa Comba Dão e fala das dificuldades que tem sentido durante a gestão e o investimento autárquico nos últimos meses. As comemorações do dia do município ficam também marcadas pela presença da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, e pela inauguração do Centro Interpretativo do Mosteiro do Lorvão que, segundo o autarca, o “é um monumento nacional que não teve ainda o reconhecimento que merece”

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De que forma as dificuldades financeiras da autarquia estão a afetar a gestão corrente e os investimentos no desenvolvimento da autarquia?
O contexto económico do último ano não foi favorável aos municípios.
Inflação em níveis elevados, taxas de juro altas, matérias-primas com preços acima do normal, escassez de mão de obra, concursos de empreitada vazios, enfim todo um conjunto de situações que se refletiu na gestão diária de um município. Se a tudo isto juntarmos a atualização salarial dos funcionários públicos, justa sem dúvida, mas sem correspondência na transferência de verbas do estado, deparamo-nos com um quadro complexo.
Apesar deste conjunto de fatores, a plano de ação que desenhámos não se afastou do essencial.
Temos que gerir os recursos com mais parcimónia, evitando o desperdício e investindo no que realmente é prioritário.

No que diz respeito à IP3, o executivo considera prioritário as obras entre o nó de Santa Comba Dão e Penacova?
O IP3 já nasceu torto! Recordo-me que no início levantou muitas dúvidas o trajeto escolhido, especialmente neste troço sinuoso de Penacova. Num momento seguinte foi a elevada sinistralidade que obrigou a colocar, como solução de recurso, um separador central em zonas que não estavam dimensionadas para tal. Mais recentemente a tão anunciada duplicação que já derrapou no calendário várias vezes. Não concebo que, nos dias de hoje, e após os muitos milhões investidos em autoestradas, pelo país fora, as duas capitais de distrito, Coimbra e Viseu não tenham uma ligação com essas características. Julgo que é pertinente a sugestão avançada para que se estude uma ligação alternativa entre Penacova e Santa Comba Dão.

Não concebo que, nos dias de hoje, e após os muitos milhões investidos em autoestradas, pelo país fora, as duas capitais de distrito, Coimbra e Viseu não tenham uma ligação com essas características.

Referiu também há umas semanas que estava preocupado com a limpeza das bermas no IP3. Já obteve repostas para resolver esse problema?
Como sabe, a quase totalidade do território do nosso município é mancha verde, maioritariamente constituída por eucalipto. É natural que, num concelho com estas características, de elevado risco de incêndio, um município se preocupe com essa questão. Temos alertado as diversas entidades para a necessidade de fazer essas intervenções, a tempo e horas. No IC6 essa intervenção está em curso mas, por exemplo, na EN110, que liga Penacova a Coimbra pela beira-rio ainda nada foi feito. É uma estrada que merece mais atenção, não só pelo potencial turístico, mas também porque está rodeada de floresta.

Vai aproveitar a presença da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, para apresentar preocupações e reivindicações?
Existe sempre essa tentação de chamar a atenção para as nossas preocupações. Julgo que importa colocar ênfase na forma como os sucessivos governos olham para as grandes áreas metropolitanas e para o resto do país. Todos percebemos que há regiões, e a de Coimbra é uma delas, que têm sido esquecidas. Bastam dois ou três exemplos, todos nas áreas das acessibilidades. O IP3, a A13 e o IC6. Tudo obras que já deveriam estar prontas e a servir as populações há muito tempo e não estão.

O mosteiro de Lorvão é um monumento nacional que não teve ainda o reconhecimento
que merece. Este novo equipamento é um passo significativo para alterar esse estado
de coisas.

Será hoje (dia do município) inaugurado o Centro Interpretativo do Mosteiro do Lorvão. O que é que podemos esperar desta infraestrutura?
O mosteiro de Lorvão é um monumento nacional que não teve ainda o reconhecimento que merece. Este novo equipamento é um passo significativo para alterar esse estado de coisas. Repare, também aqui, na forma como a tutela tratou este projeto. Investiu 1,7 milhão na criação do espaço, concluiu a obra física em 2014 e a partir daí nada aconteceu porque, na época, os responsáveis da Cultura afirmaram que não havia dinheiro para a musealização. Esteve encerrado nove anos! Teve que ser o município a retomá-lo e a concretizá-lo. Quando iniciámos funções, há cerca de ano e meio, assumimos isto como uma prioridade. Não era possível continuar a assistir passivamente ao desaparecimento do espólio do mosteiro que estava armazenada em condições precárias. Finalmente o Centro está pronto e vai revelar o tesouro artístico de Lorvão!

Qual o investimento final nesta obra?
O projeto de musealização foi um investimento um pouco acima dos 600 mil euros, com financiamento europeu através do PT2020.

Em relação ao hotel que vai nascer no antigo Hospital Psiquiátrico, qual o ponto de situação?
O projeto do hotel, decorrente da concessão através do programa Revive, teve aprovação recente da DRCC. Assim que estiverem reunidas condições, o promotor avançará para o projeto de arquitetura. Do lado do município tudo faremos para que haja mais agilidade e rapidez neste processo, porque é um investimento que vem ao encontro de uma das nossas grandes lacunas, a capacidade hoteleira que atualmente é limitada. Julgo que o hotel será mais um fator de grande atratividade para Lorvão e para o concelho de Penacova que, como sabe, tem grande apetência para a atividade turística.

Como está o dossiê da saída de Penacova da APIN – Empresa Intermunicipal do Ambiente do Pinhal Interior?
O processo está ainda na esfera de um tribunal arbitral.

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