Maria Helena Marques
Volto, hoje, à serra de Gavinhos, porque ela foi palco na noite de 27 para 28 deste mês em curso, de um evento ecuménico, que a fez brilhar com as luzes que cortavam o escuro da noite e com a luz da fé de quem ali se reuniu.
Era uma pequena multidão, essencialmente juvenil, mas não só, que se reuniu aos pés do Monumento dedicado ao “Coração Imaculado de Maria, para ali orar numa manifestação de fé onde se uniam a língua francesa e portuguesa num mesmo espírito de paz e fraternidade.
Enternecia o coração e o nosso espírito, sentir em comunhão, todos os que ali chegámos para unir a nossa voz para venerar Maria e preparar o coração para o “grande Encontro das Jornadas Mundiais da Juventude” com a presença do Papa Francisco, já na próxima semana.
A noite estava fria e ventosa e o céu nublado nem deixava ver as estrelas e só deixando espreitar a lua de vez em quando.
Na realidade a maior estrela estava bem iluminada no alto pedestal e os jovens por ali em redor sentados no chão que oravam e cantavam ao fim de um dia presumivelmente cansativo, eram as estrelinhas que davam vida aquele lugar mágico.
Lá em baixo, mais longe e mais perto, brilhavam, salpicando a paisagem de luz que piscava em cada aldeia que dali se avistava as luzes domésticas e de rua que eram como que mensageiras de boas-vindas aos visitantes peregrinos que por amor acolhíamos.
Houve momentos para falar, cantar, orar, abraçar, trocar entre si as braceletes significativas das Jornadas independentemente da língua em que cada qual se exprimia. Ali éramos Igreja em comunhão que acolhia e reunia as diversas crenças se ali as houvesse.
O caminho faz-se caminhando! Todos fomos interpelados pelo convite à participação nas Jornadas Mundiais da Juventude e fomos e somos livres de aderir ou não. A verdade é que quem vive estas experiências que congregam, animam e alimentam sentimentos de fraternidade e paz, deixa e leva consigo a noção do que seria o Mundo, se os humanos assim se congregassem em vez de se digladiarem em guerras injustas e brutais que semeiam a desgraça e o sofrimento no Mundo.
E, esta noite “mágica” no alto da nossa serra fica gravada pelas melhores razões na memória de quem teve a oportunidade de a viver, quer visitantes quer visitados.
A nossa Unidade Pastoral de Santa Maria os acolheu e lhes proporcionou estadia e eventos que os pudessem deixar mais conhecedores do que temos e somos neste cantinho do nosso Portugal.
Sinto que nos levam no coração e nós lhe dedicamos um lugar no nosso
Num Mundo em convulsão, em que a guerra, destruição e morte fazem notícia de 1ª página é salutar e abençoado qualquer momento como este que aqui se viveu e está vivendo!
De mão dada, indiscriminadamente, sem olhar a raças nem credos, um gigante círculo rodeou aquele lugar de Paz em torno do trono de Maria, a sua grande mensageira!
Bela imagem de fraternidade e Amor que nos fica.
Maria Helena Marques
