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Luís Pais Amante

Inflação é uma das palavras mais pronunciadas nos dia de hoje, seja nos Estabelecimentos de Ensino, seja nos Jornais e nas Televisões, seja nas nossas conversas (no trabalho, nos grupos de amigos e na Família).

Estamos apertados; aflitos com as dificuldades derivadas da falta de “posses”!

E, por isso mesmo, decidi escrever esta Crónica, que tenta ajudar a compreender o problema, sem entrar pela discussão das ações que deviam ter sido pensadas, estruturadas e explicitadas por cá, no seu combate e proteção. É só uma visão fria!

Vejamos,

O Banco Central Europeu (vulgo BCE) tem como principal missão a defesa da estabilidade do euro (€), que é a nossa moeda e que substituiu o escudo.

A estabilidade de uma qualquer moeda está directamente ligada à estabilidade dos preços, uma vez que a inflação -a taxa a que os preços variam, com aumento geral, ao longo do tempo- reduz, naturalmente, o seu valor.

Se com 1€ se comprar menos hoje, do que se comprava no mesmo dia do ano passado, é porque existiu redução do valor da moeda, podendo desvalorizá-la face a outras concorrentes.

Podemos afirmar, também -para que se perceba sem grandes complexidades técnicas, este fenómeno- que todos os bens e serviços consumidos pelas Famílias ao longo do ano, são representados num “cabaz” de artigos e os produtos incluídos no cabaz, podem variar com o tempo.

A inflação é medida -e determinada- em função da média das despesas do conjunto das Famílias, no nosso caso Portuguesas, mas para o BCE, Europeias:

– artigos do dia a dia (como jornais, produtos alimentares e gasolina);

– bens duradouros (como vestuário computadores e máquinas de lavar);

– serviços (como cabeleireiro, seguros e renda de casa).

O índice, consistente, utilizado na área do euro é denominado por “Índice Harmonizado de Preços no Consumidor”, (IHPC).

O IHPC foi concebido por forma a que o cabaz de compras geral seja representativo em todos os países e inclui, hoje, certas despesas realizadas pelos turistas, bem como as despesas com a habitação própria, nomeadamente as resultantes dos empréstimos bancários para a sua aquisição (o que é recente-2021).

Subsistem 3 motivos que podem estar associados à inflação:

1. A Lei da oferta e da procura (se a procura for maior do que a oferta de um determinado produto, o seu preço aumenta);

2. Aumento dos custos de produção (se houver um aumento rápido destes, isso irá refletir-se nos preços ao consumidor e a inflação subirá);

3. Excesso de dinheiro na economia (quando existe mais dinheiro a circular, gasta-se mais, provocando-se a subida generalizada dos preços).

!… Retenhamos que, se a taxa de variação homóloga do HIPC for de 2%, ao ano, a grande verdade é que, passados 20 anos, quase sem darmos por isso, o nível geral dos preços terá aumentado mais de 20% …!

Assim sendo,

E não se esperando (dada a conjuntura) que tudo aquilo de que falámos acima, mude do “pé para a mão”, parece de elementar entendimento que, infelizmente para todos nós consumidores -mas muito mais para os mais desprotegidos- o BCE (da Senhora Lagarde) está a decidir de acordo com o seu mandato (dado pelos Povos Europeus) que consiste:

a). Na defesa da estabilidade da nossa moeda (euro), até face às restantes;

b). No controle e estabilização da inflação ao nível moderado de 2% (que é a meta que resulta da consensualidade no BCE, que, assim é obrigado a tê-lo como objectivo, no médio prazo).

Por tudo isto,

O BCE decide, reflectindo a sua avaliação das perspectivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária. Nem mais, nem menos!

Tudo o que se diga em contrário; tudo o que procure confundir as pessoas; tudo o que se queira endossar de negativo ao BCE é feito com interesses que nada tem a ver com a verdade, muito menos com a razão.

Sobretudo porque a inflação enche (abarrota) os Cofres do Estado!

Já que o aumento dos produtos trazem consigo o aumento de todos os impostos e taxas que, anormalmente, os nossos políticos foram agregando desmesuradamente (“à tripa-forra”); vejam por favor quanto na factura da Electricidade e do Gaz é Electricidade e Gaz…

Do mesmo modo, é bom recordar, que as políticas do BCE têm sido o principal apoio à possibilidade do não aumento dos encargos da Dívida Externa, que, apesar disso, vai subindo nominalmente, principalmente nos tempos de crise -que é sistémica- e a que Portugal não se tem sabido adaptar, minimamente! Tem sido gastar, gastar, até à bancarrota…

O BCE está a subir hoje o que esteve a baixar ou a manter ontem -os juros- e isso mesmo tem de ser transmitido às Pessoas com verdade!

Não é, pois, de esperar por milagres (com diminuições no curto prazo) que não vão acontecer…

Nem por “messias”, que não vão aparecer…

Luís Pais Amante

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4 COMENTÁRIOS

  1. Há muita coisa que aqui é dito que não é tão acessível assim; mas estou certo que o Dr. Luís pretende dar às Pessoas uma noção isenta daquilo que se pode esperar em Portugal.

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