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Luís Pais Amante

Devo confessar que não sinto capacidade própria para me “introduzir” nas discussões que por aí andam a circular sobre a inevitabilidade, as estratégias, os meios, as táticas, as vantagens, as eficácias e as justificações das Guerras, que eu, aqui, resumo a duas: A Guerra na Ucrânia e a Guerra em Israel.

Alguns dos “Expert’s” que ocupam antena nas televisões, falam com recurso a guiões que lhes são preparados, onde consta tudo, até o que ninguém vê e mostraram-se incoerentes, gaguejando, até, agora, na análise da invasão violenta a Israel (por terroristas puros, mas com métodos iguais aos outros) com muitos mortos por meios que arrepiam qualquer consciência sadia e raptos de cidadãos do mundo inteiro (incluindo crianças e velhos) que são mantidos reféns, pondo em puro sobressalto e choque a Humanidade.

Para mim, já o afirmei, quem viola a Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco, a 26 de Junho de 1945 é quem ataca e invade, por qualquer meio, um território soberano alheio!

Uma coisa é a Carta das Nações Unidas e outra diferente, embora conexa, são as Convenções de Genebra, iniciadas naquela cidade da Suíça, a partir de 12 de Agosto de 1949, que incorporam os Tratados que definem as normas para as leis relativas ao Direito Humanitário Internacional.

Significa isto, na minha opinião humilde, que o “crime maior” é, indiscutivelmente, o que resulta da invasão premeditada com agressão e terror à mistura, sobre civis inocentes.

Isto partindo do princípio -de que eu parto- que os Povos devem ser soberanos na organização política dos seus territórios e, igualmente, na escolha e destituição dos seus governantes em sentido lato, que é como quem diz dos seus representantes legítimos. O voto livre é o voto!

E a Democracia é isso mesmo: regime em que os cidadãos participam (exercendo direitos políticos) através do sufrágio universal.

E contrasta com os regimes de tirania, de oligarquia ou de ditadura, independentemente das formas que estão a assumir por aí.

Após a invasão ilegítima, os Povos atacados, têm inexoravelmente direito ao Direito de Defesa, perdoem-me o pleonasmo; não se pode conceber outro qualquer cenário…é mesmo paranóico e retrógrado pensar nele como hipótese de trabalho.

Caso contrário deixam de ser Povos Soberanos!

Aqui chegados,

Tendo presentes as Guerras de que falámos acima, a sucessão dos actos beligerantes, quase inevitavelmente, levam a que se pratiquem (de ambos os lados) atrocidades que colidem com o Direito Humanitário Internacional.

Das situações em presença já há um ano e meio na Ucrânia, já estão evidenciados crimes hediondos, estando já, também, indiciados os presuntivos criminosos; e é verdade subsistirem em análise outras situações que poderão engrossar a fileira destas terríveis situações, em ambos os lados do conflito.

… e subsiste a dúvida, por exemplo, quanto a quem promoveu, em acção directa, premeditada e dolosa, o rebentamento da ocupada Barragem de Kakhovka, que colapsou, provocando mortes imensas e crimes ambientais terríveis?

Uns dizem que foi a Rússia; outros dizem que foi a Ucrânia.

Qual será a verdade?

Há dias, em Gaza, o Hospital Al-Ahli Arab -que é financiado pela Igreja Anglicana dos EUA e ninguém fala disso- foi atingido pela suposta queda de um foguete.

…e subsiste a dúvida quanto a quem promoveu este episódio em ação directa, premeditada e dolosa, em que morreram Pessoas?

Uns dizem que foi Israel; outros que foi a Jihad, agora ao lado do Hamas.

Qual será a verdade?

A resposta a estas perguntas simples que nos “assaltam” em preocupação – só apuradas por Comissões Independentes e capacitadas- ajudarão muito a exercer crítica directa sobre os actores das Guerras, indubitavelmente; …e aí não cabem os tais opinion maker’s alinhados que apareceram a apontar o dedo, em ambos os casos, quase ainda antes dos actos em si terem acontecido.

E enquadrarão as suas actuações na violação objectiva do Direito Humanitário Internacional.

Só que, convenhamos,

Quer a Rússia, quer o Hamas (através do seu braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam e, pelos vistos, com o apoio da Jihad islâmica) são invasores nestas Guerras…

E não subsistem quaisquer dúvidas sobre isso, porque todos eles se gabam dos seus tenebrosos feitos e os propagam a toda a hora nos mídia, mantendo activas “máquinas de informação e de desinformação” complexas que “cavalgam” para a notícia (muitas vezes falsa).

São verdades, nuas e cruas que nenhuma mentira permite apagar.

!… E quem sofre, para já, directamente é o Povo Ucraniano, o Povo Israelita e o Povo Palestiniano e, mais indirectamente, para já, o Povo Russo …!

Sim, ainda que a mentira queira aparecer travestida de verdade, factuais -até surpreendentes, talvez, até para muitos Amigos meus- são as juras das amizades da Rússia com este Grupo Terrorista [e também com outros à beira do envolvimento na(s) Guerra(s)] que não representando o Povo Palestiniano o tem usado, abominavelmente, como escudo humano, contra tudo o que é Lei Internacional instituída e beneficiando, até, das ajudas da Comunidade Integral, que é destinada à Palestina para criar condições de vida, que não de morte.

A Ucrânia e Israel têm demonstrado saber defender-se, em Guerra e irão continuar a fazê-lo, até para benefício da credibilidade do Ocidente.

Mas o Povo Palestiniano -que tem direito a traçar o seu destino e a permanecer e administrar o seu território- não conseguiu, ainda (desde a formação da OLP, em 1964) ter sossego para usufruir do estatuto de um Estado soberano, com vida pacífica e próspera que se coadune com os tempos actuais, o que não se pode conceber e vai exacerbando o ódio e retirando margem de manobra à sua Autoridade.

Está nos Livros que o futuro sem esperança leva os Povos ao radicalismo.

Esta situação absolutamente escandalosa deve ser resolvido com a máxima urgência, na ONU, sob pena de se colocar ainda mais em questão a sua utilidade!

E não podemos deixar que sejam os regimes do ódio e da tirania a aproveitar esta necessidade emergente.

O Mundo necessita de Paz, União e Amor, como diz o Meu Amigo Igor Holovko, escritor Ucraniano.

Seria bom que todos os que defendem a Democracia, tivessem alguma ideia -por mínima que fosse- do que representará para a Humanidade e para a Liberdade a evolução da chamada Nova Ordem Mundial, com a “exportação” ou “disseminação” dos modelos autocráticos em ascensão…que só sabem viver de opressão.

Seria, sim!

Luís Pais Amante

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5 COMENTÁRIOS

  1. Eu não percebo quase nada de guerras.
    Só sei que a Paz é mais natural na vida dos Povos.
    Nascemos para viver, para tratarmos bem o nosso semelhante.
    Não para matar!

  2. Numa guerra ninguém ganha todos perdem, nesta em particular o ódio vai ganhar infelizmente, agora os israelitas também não se façam de santos, que disso não têm nada.

  3. Uma guerra é uma guerra, é uma derrota do racional, o ascender da barbárie. Tocando no tema do momento revejo-me totalmente nas declarações do Secretário Geral da ONU Engenheiro Antônio Guterres na condenação e nas as origens desta acção. O problema é que são todos iguais mas uns são mais iguais do que outros.

  4. Luís, parabéns pelas suas colocações lúcidas, equilibradas e pertinentes. Seu texto desperta mais perguntas:
    Para onde caminha nossa humanidade?
    Haverá mais rancor, mais ódio a cada dia que passa?
    O sofrimento das pessoas continuará sempre em segundo plano?

  5. Numa guerra quem sofre é povo, crianças jovens mulheres gente inocente que só querem viver a paz, criar suas famílias no amor, sei o que é uma guerra já vivi uma, grande ou pequena ficam sempre marcas de uma, perdemos família, irmão pais família destruídas, separadas por causa de homens que querem poder, terra etc. Pena

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