António Correia da Silva
É preciso chegar às abertas e miradouros para achar a razão de ser da fama de Penacova que é o seu admirável panorama de água, pinho e penedia.
Vitorino Nemésio (1901-1978).
Foi este admirável panorama que me levou a regressar ao meu chão de raiz. E a não regatear esforços para a manutenção e melhoria das condições de vida, minha e dos meus conterrâneos.
Ora, fez na passada sexta-feira 15 dias que, num restaurante de Vila Nova de Poiares, fui advertido por um amigo para os perigos de destruição da paisagem do nosso Concelho com as previsíveis obras de acesso de Poiares ao IP3/IC8: “Vocês é que não vão gostar do que vão ver”, afirmou esse amigo, que reputo de bem informado.
Entretanto, li no jornal Diário das Beiras do passado dia 2 de novembro de 2023, a respeito da referida ligação, o seguinte: “Troço que passará a norte da vila e da Zona Industrial de Poiares, desde o lugar de Vale Carvalhal até ao IP3. A CIM, por unanimidade dos vários Municípios, aponta para a viabilidade imediata de início dos projetos de execução do traçado que ligará o polo industrial de Poiares ao Itinerário Principal 3”
Estarão, pois, em fase de elaboração os projetos em causa. Isto sem que o povo tenha sido, até agora, ouvido ou achado. E os riscos de degradação da paisagem, se se vier a optar por pontes e viadutos, nas zonas de Vila Nova, Riba de Baixo e Serra da Atalhada poderão ser elevados. Urge, portanto, que ao povo de Penacova seja dado conhecimento dos projetos e a oportunidade de se pronunciar sobre esta questão.
Assim, fica aqui o alerta e as exigências de um cidadão que reivindica o seu direito a ser ouvido:
– Ao Executivo do Município de Penacova que divulgue os projetos da Comunidade Intermunicipal de Coimbra e promova a discussão pública dos mesmos;
– Ao Partido Socialista que, obtenha informações junto do Ministério das Infraestruturas sobre esta questão e que, igualmente, promova a discussão pública dos mesmos.
A isto chama-se democracia.
António Correia da Silva (Sarroia)